16 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Cachorros da moda

Foto de 1955, intitulada “A Few Seconds Before Happiness

Hoje, quando corria, vi um pastor-alemão-manto-negro, acompanhado do seu dono – engraçado, hoje em dia não se fala mais “dono”, e sim “tutor”, creio. Isso me parece só mais uma bobagem semântica: claro que os “donos” que amam seus cães e gatos não se sentem “donos” de suas vidas, e serem alcunhados por “tutores” não aumentará em nada o carinho e respeito que sentem por seus bichos. É só mais um exemplo de um mundo que ama mais a forma que o conteúdo. Mas enfim.

Eu dizia que vi um pastor-alemão e me dei conta de que tenho visto poucos deles. E de outras raças também, outrora populares, que praticamente desapareceram das ruas, parques, janelas…

Pequineses, por exemplo. Nos anos 70 todo mundo tinha um pequinês, um bicho de olhos esbugalhados e remelentos. Sumiu. Aliás, os 70’s foram pródigos em “cachorros da moda”: além dos citados pequineses e pastores-alemães (esses motivados pela série de filmes do Rintintin), faziam sucesso também os dálmatas e collies – os dálmatas por razões óbvias e os collies como mais um produto de “cão de cinema”, a Lassie.

Tivemos a moda de poodles e pitbulls, de rottweilers e dobermanns, hoje nem sei bem qual é a tal “raça da moda”: não existem mais cães astros cinematográficos e acho que essa coisa de ser “tutor” deu um ar sério demais a algo que deveria ser lúdico e divertido.

Como era em um passado não tão distante, quando um pai dava um filhote de presente ao seu filhote – e logo seria impossível saber quem era o presente de quem, de tanta felicidade.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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