Ela olhou para o céu carregado. Chuva. Entrando pelos seus olhos. Ela gostava da chuva. Fazia frio e ela se encolheu mais dentro da jaqueta jeans, das meias, das botas.
Pisou o caminho de cascalho tão conhecido, seus passos ecoando em meio ao pequeno bosque que a cercava. A chuva caiu como uma bênção sobre seus cabelos. Sobre sua alma.
Ela quase cedeu à tentação de ficar triste, ao pensar em tudo que a envolvia. Quase. A chuva, o céu cinza e o sol de outono espreitando por entre as nuvens a fizeram lembrar que havia o que comemorar, afinal.
Havia algo. Havia ALGUÉM.
Que sempre atravessaria nuvens, chuva e lama para apenas estar com ela, em qualquer lugar em que ela estivesse. Ainda que esse lugar fosse dentro de si.
Principalmente dentro de si.
E essa sensação seria para sempre como estar em casa.
Sorriu e bebeu a chuva como quem bebe champanhe.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.