5 de dezembro de 2024
Colunistas Joseph Agamol

A Era da Feiura

Foto: Audrey Hepburn

Eric Hobsbawn foi um famoso historiador inglês, cujos livros mais conhecidos formam a chamada “serie das Eras”: A Era do Capital, A Era das Revoluções, A Era dos Impérios e Era dos Extremos.

Hobsbawn foi muito popular, apesar – ou por causa – de ser um típico devoto das ideologias revolucionárias – sim, “devoto”, porque as ideologias revolucionárias formam uma série de crenças de tal modo quase religiosas, que seus seguidores só podem ser chamados assim.

Eu diria que vivemos na Era da Feiura. Em tempos idos, a Beleza era um valor a ser cultivado e uma meta a ser atingida, mas, a partir do século 20, e com mais ímpeto nos dias de hoje, a Beleza tornou-se um dos alvos prediletos das ideologias revolucionárias, que a identificam como símbolo da riqueza, da burguesia, da família… ou seja: tudo que deve RUIR, para que, dos escombros, nasça a nova sociedade preconizada pelos revolucionários.

Que será, óbvio, uma sociedade FEIA.

É só olhar em volta e ver o quão degradado, depreciado, está o mundo de hoje, em absolutamente TODOS OS CAMPOS: música, arquitetura, artes plásticas, tudo foi conspurcado pelo toque de Midas – ao contrário – das ideologias revolucionárias.

O significado da Beleza foi subvertido de forma malévola, fazendo com que ela fosse vista, erroneamente, como algo excludente, acessível apenas à uma minoria. Por esse raciocínio perverso, a fealdade deve ser alçada ao patamar de Nova Beleza, por igualar a maioria, em seu padrão raso.

Na Era da Feiura que ora vige, Audrey Hepburn seria cassada.

Ou cancelada.

Ou caçada mesmo.

Tristes tempos. Feios tempos.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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