Ontem vi as novas versões dos desenhos animados do Scooby Doo e do Tico e Teco, dos estúdios Warner e Disney. Embora sejam produções de estúdios diferentes, havia algo em comum entre elas: a feiura.
Fiquei chocado com a fealdade dos traços. Mas tenho certeza que os personagens com aparência tosca e mal acabada não foram por incompetência dos artistas. Acredito que sejam feitos assim DELIBERADAMENTE. E para transmitir DELIBERADAMENTE a IDEIA de feiura.
Acredito que há, e não é de hoje, uma guerra não-declarada contra a Beleza. Para as ideologias revolucionárias, a Beleza deve ser perseguida – não como meta, não como inspiração, mas como algo a ser exterminado. A Beleza humilha os planos de nivelamento por baixo das ideologias revolucionárias. A Beleza zomba dos ideais de mediocrização das ideologias revolucionárias. A Beleza paira fulgurante acima dos tons cinzentos das ideologias revolucionárias.
Por isso, para mim, fica muito claro que não é mero acaso o processo de afeamento pelo qual passa, em todos os níveis, a nossa sociedade atual. É, isto sim, o corolário de um processo que começou, pelo menos, desde o início do século XX.
Se vocês acham que eu exagero, talvez acreditem no que diz Roger Scruton:
“(…) no século XX, a beleza deixou de ser importante. A arte, gradativamente, se focou em perturbar e quebrar tabus morais. Não somente a arte fez um culto à feiura, como a arquitetura se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso entorno físico que se tornou feio: nossa linguagem, música e maneiras, estão ficando cada vez mais rudes, auto centradas e ofensivas, como se a beleza e o bom gosto não tivessem lugar em nossas vidas.”
Vocês acharam que era só sobre desenhos animados?
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.
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