As eleições nos EUA entraram na reta final. Não há nada mais importante do que isso esta semana. Digo importante no sentido de marcar os principais movimentos no mundo nos próximos quatro anos.
Tenho acompanhado as pesquisas. De um modo geral, dão uma boa frente para Biden. No sábado, surgiu uma boa pesquisa para Trump dando para ele uma frente de sete pontos em Iowa. Mas não creio que isto possa mudar o quadro geral. O New York Times, baseado também em pesquisas, indica uma frente para Biden em quatro importantes estados: Pensilvânia, Flórida, Wisconsin e Arizona.
É muito difícil prever um favoritismo claro quando se trata de uma eleição por colégio eleitoral. É preciso um conhecimento do sistema e contas precisas sobre o número de delegados.
O Museu Madame Tissot de Berlim já se antecipou e colocou a estátua de cera de Trump no lixo. A maioria dos bons artigos publicados hoje, tanto no Brasil como nos EUA, indicam, que mesmo derrotado, Trump deixará uma herança difícil.
Dorit Harrazim enfatiza a desconfiança que Trump lançou sobre o sistema eleitoral americano. Outros articulistas acentuam que além dessa desconfiança no sistema eleitoral ele lançou as bases também de uma desconfiança geral na democracia, uma tendência a considerar que grande parte das notícias é fake news, uma propensão para acreditar em teorias conspiratórias.
Creio que esta realidade também é importante para o Brasil. A queda dos populistas de direita nos entrega países em delicado estado de recuperação
Uma coisa é certa: uma provável vitória de Biden vai contribuir para o isolamento de Bolsonaro embora não possa decidir por si o que depende das forças internas, isto é de nós mesmos.
Domingo chuvoso e cinzento mas quem sabe as coisas melhoram no meio da semana.
Fonte: Blog do Gabeira