Hoje quarta feira é um dia importante para o processo de vacinação no Brasil. A Anvisa decidiu suprimir a exigência de testes no país para que uma vacina fosse aprovada.
Tinha passado a manhã falando disso. Num encontro promovido pelo Cebri, (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) ouvi do governador da Bahia a informação de que 11 novas vacinas estavam para ser aprovadas na China. E que a vacina mais usada lá, com grau de eficiência maior, não é a Coronavac.
Ontem, saiu aquele artigo no The Lancet afirmando que a eficácia da Sputnik V, a vacina russa, é superior a 90 por cento.
Todas essas vacinas ficariam longe de nossas possibilidades porque não foram testadas no Brasil, apesar de aprovadas em seus países.
Com essa flexibilização da Anvisa talvez as coisas fiquem mais fáceis. Isso não significa que ela deixe de fiscalizar, que não exiga mais segurança ou eficácia. Apenas vai dispensar uma etapa, os testes feitos no Brasil.
Essas vacinas foram testadas em outros países e aprovadas por agências que são uma referência. O Senador Randolfe Rodrigues entrou com um pedido para que a Anvisa explicasse melhor essa exigência. No Senado, existem articulações para que além disso, os estados sejam autorizados também a importar vacinas.
Depois de tanto tempo parado, o Congresso parece que vai dar sua mãozinha e um processo que praticamente ficou dependendo do STF.
Qualquer iniciativa que agilize a vacinação no Brasil é positiva. Leio que Israel teve uma grande queda nos casos de internação e também nos casos leves. Apenas 0,1 por cento dos vacinados teve problemas.
Na quinta feira, o Senado vota a medida provisória 1003, que se transformou no projeto 40, que diz exatamente o que se quer: as vacinas podem ser usadas no país, desde que testadas e aprovadas nos países onde foram produzidas.
Possivelmente a Anvisa apenas se antecipou ao que seria uma flexibilização imposta de fora.
No mais, muito calor nesses dias. Aquela festa com 300 pessoas para comemorar a vitória do Arthur Lira é um pouco o trailer do filme que vamos assistir. Os aliados de Bolsonaro não aceitam os conselhos da ciência. E nem se tocam que estamos com mais de 226 mil mortes.
Fonte: Blog do Gabeira