O parasita que não é bicho nem é planta.
Já que o presidente do Brasil agora é outro, Greta Thunberg, Leonardo Di Caprio e demais ativistas fashion devem estar tendo um trabalhão danado procurando responsáveis pelos assustadores incêndios na Europa. E, se os dois fugissem para o Brasil por conta do calorão, ficariam emburrados e caladinhos ao final do depoimento de Aldo Rebelo na CPMI das ONGs.
O ex-ministro relatou as frequentes jornadas pelos Estados do Norte desde muito jovem, conhecendo os recursos e os dramas de lá. Mais tarde, já parlamentar, em muitas viagens era acompanhado de Jair Bolsonaro e José Genoíno, colegas igualmente preocupados com o potencial e a imensidão da Amazônia, “naqueles tempos quando era possível conviver com as diferenças” – disse Aldo, nostálgico.
Para desconforto da plateia de esquerda, o ex-ministro tocou nas feridas que setores interesseiros, líderes demagógicos e parcela da mídia militante tentam ocultar. Sem rodeios, provou que a Amazônia está, na prática, nas mãos de três entidades. A mais frágil é o Estado e sua burocracia emperrada, buscando manter as aparências. No entanto, o poder efetivo, os mandos e desmandos e, sobretudo, os ganhos e planos para o futuro pertencem a outros protagonistas: o narcotráfico e, nas palavras de Aldo, “o mais forte, mais aparelhado e mais dominador: o Estado paralelo das ONGs”.
Grande parte do território permanece intocável sob românticos argumentos de serem “terras indígenas” e, por isso, merecedoras de protecionismo retrógrado e pieguices midiáticas. Pura enganação: ali estão as maiores e mais variadas reservas minerais e a maior biodiversidade do mundo.
Segundo Aldo, também relator do Código Florestal, tais ONGs são comandadas do exterior por governos e corporações, tendo como cúmplices certas empresas brasileiras – todos de olho nas riquezas descomunais e inventando narrativas para disfarçar a cobiça. Alguém ainda duvidava?
Bem camuflado mas onipresente, o narcotráfico domina principalmente as áreas fronteiriças do Peru e da Colômbia, tradicionais portas de entrada das drogas. O desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira foi manipulado pela imprensa no viés tendencioso da época e insinuado ao rol de culpas do governo. Hoje, sabe-se que pode ter sido apenas um lamentável engano de rota. Em regiões do crime organizado, ninguém ousa ultrapassar os limites que toleram a circulação inofensiva de turistas, pescadores e ribeirinhos – mas que não perdoam intrusos desconhecidos, agentes oficiais ou membros de facções concorrentes.
Outro ponto vergonhoso citado por Aldo é a relação das ONGs com o Fundo Amazônia. Apesar de ter sido criado pelo Brasil, o fundo é completamente gerido por representantes estrangeiros, que invariavelmente destinam a dinheirama a projetos paternalistas ou ao sustento de apaniguados. Nada; nem um centavo vai para a melhoria da qualidade de vida da população miserável, que continua detendo os piores indicadores sociais do país – sem escolas, água tratada, saneamento básico, saúde e outros direitos essenciais.
Milhões de brasileiros e estrangeiros continuarão iludidos sobre o que acontece na Amazônia, engolindo a conversa fiada das ONGs, que posam de protetoras boazinhas da natureza. Pior é lembrar que essa manobra foi empregada com fins políticos contra um governo que enfrentava pressões de todo tipo e lutava para manter a Amazônia preservada como patrimônio nacional. Os inimigos e aproveitadores foram mais hábeis, e tudo voltou à bandalheira desejada.
Felizmente, nessa CPI tão temida pelo atual governo, estão sendo reveladas verdades incômodas e as faces das espécies invasoras – parasitas vorazes que se escondem no denso verde amazônico e que precisam ser desmascarados com urgência.
Fonte: O Tempo
Escritor e colunista de O TEMPO