9 de maio de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

Bonner, Renata e as três palavras

Uma inquisição medieval deu o tom da entrevista Global.

Mudei pra Globo às 20:29. Confesso que esse minuto que antecedeu a “inquisição” me martirizou. Ter que aturar por 60 longuíssimos segundos aquele fim de novela com aquela esquerdalha travestida de atores, ouvir aquela vinheta nojenta do JN e continuar vivo foi coisa de Deus como foi também a mais nova encenação bíblica de “Daniel na cova dos leões”.

O Rei Dario, influenciado por conselheiros, mandou Daniel pra cova, uma espécie de Globo da época, não apenas pelo cara ter se destacado entre todos os governadores, uma espécie de ex-presidentes brasileiros da época, mas pelo deus que ele adorava, coincidentemente o nosso Deus. Arrependido pela injustiça, o rei babaca resolveu, no “day after”, ver com os próprios olhos o que restara de Daniel, uma espécie de Bolsonaro da época. “Você tá vivo, filhinho?”, perguntou o escroto Rei maria-vai-com-as-outras. “O meu Deus mandou seus anjos acalmarem a boca dos leões”, respondeu o Bolsonaro da época. (Daniel 6:20).

Não foi uma entrevista. Foi um massacre impiedoso. Uma tentativa torpe de desumanizar o Presidente Jair Daniel. O casal de leões entrevistadores, treinados por adestradores mambembes, odiosos, ultrapassados e agônicos, mostraram pouquíssima aptidão para atores. Caras, bocas, risinhos forçados, testas franzidas pelo botox paraguaio vencido, semblantes irônicos, ares de superioridade, olhares de deboche, dedinhos em riste, tudo, absolutamente tudo forçado por incompetência cênica aliada a um roteiro baseado no rancor.

Jair Daniel deu um show! Desarmou irreversivelmente aquele casal que, hoje, personifica a antipatia. O cara foi insultado e agredido durante 40 minutos, provocado por afirmações levianas, mentiras impensáveis, tudo à espera frustrada de uma explosão, de um soco na mesa, de um chute no balde que caracteriza a tão especial personalidade do PR.

Bolsonaro certamente tem se aprofundado na clássica obra “A Arte da Guerra”, do general e pensador chinês Sun Tzu (544-596 a.C). “Na guerra, finja! Esconda suas reais intenções! Confunda seus inimigos!” Foi exatamente o que ele fez naquele Tribunal de Nuremberg tupiniquim. “O senhor xingou um ministro de canalha”, afirmou o leão irado. Pois bem, santa, “canalha” não é palavrão e sim um conceito legal da filosofia moral. Assim como “ex-presidiário” é apenas uma definição de quem esteve preso.

“Associações de Juízes e Delegados já atestaram a segurança das urnas e das eleições”, afirmou novamente o leãozinho desesperado que falava muito mais que Jair Daniel. Desde quando associações de classe têm a capacidade técnica de atestar idoneidade de urnas eletrônicas, babaca? E a leoa, com dedinho em riste à espera de lágrimas que enriqueceriam a cena, afirmava “o senhor imitou pacientes com falta de ar, desestimulou a vacinação”, na tentativa patética de dramatizar o circo. Foi deprimente!

“Nós nunca estimulamos o “Fique em casa!” e sim o “Fique em casa se puder!”. Vão ser dissimulados assim lá naquela casa. A mentira, a desfaçatez e a falta de escrúpulos contracenaram com um PR elegante, seguro, educado e, sobretudo, sereno. Nada o afastou de sua estratégia definitivamente desconcertante.

Mas o golpe de mestre no circo foi aquela “colinha” na palma da mão do PR, veladamente mostrada e captada pelas lentes amadoras daquela cova: “Argentina, Nicarágua, Colômbia, Dario Messer”. Quem é esse gajo? Esse cara confessou na Lava-Jato que entregava pacotes de dinheiro vivo na sede da Rede Globo! “A arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”.

Perdoem-me, os que me leem. Não é meu estilo. Mas tem hora que somente três palavras do vernáculo resumem o que aconteceu com vocês, caros Bonner e Renata:

“Vocês se fuderam!”

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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