

por Ivan Lessa
Existem frases de outros pensadores brasileiros dignos do nome e da profissão que exercem, que apontam para o mesmo fenômeno.
Em vista disso, pretendo abordar o fenômeno pelo viés popular.
A gíria carioca “esquece” serve pra tudo.
Serve pra dizer, por exemplo: “esquece aquela mina, ela não quer nada com você(…) esquece a derrota, no próximo brasileirão o Flamengo vai lavar a égua(…), esquece o prejuízo, as perdas e a dor, levanta e dá a volta por cima”.
Agora, ‘esqueça’, oportuna e sorrateiramente, que o dono da mais poderosa empresa de comunicação do país, há mais de duas dezenas de 15 anos, ele e seus jornalistas(sic), parafraseando o lide do Fernão; “lambiam o rabo da ditadura”.
Na ocasião, a ditadura era fardada.
Mas, pelo sim ou pelo não, que diferença faz o traje que os membros de uma ditadura envergam.
Ah! Esquece, desde já, que um dia as esquerdas foram contra a censura. Esquece também que a corrupção, a farsa e a demagogia, são armas do patrimonialismo e sobretudo esqueça que no vale tudo pelo poder, a ética, em todos os segmentos da sociedade e mais ainda no tocante a informação/comunicação, é um entrave.
Esqueça a verdade!


Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.