18 de outubro de 2024
Carlos Eduardo Leão

A orelha furada

A velha imprensa brasileira protagonizou um dos maiores micos do jornalismo informativo

Donald, você pisou na bola, cara! Como você coloca essa sua maldita orelha na frente da espingarda do Crooks, amigo? Tá louco? E logo essa orelha localizada na extrema-direita da cabeça? Você atrapalhou o menino que estava preparado para acertar seu coco com um projétil de ketchup. A culpa não foi dele, mesmo porque no ensaio foi tudo bem, lembra-se? Mas você se mexeu na hora H e “aquela” conhecida e astuta imprensa brasileira descobriu a armação.

Venal? Lasciva? Desonesta? Corrompida? Qual seria a melhor expressão para definir a velha imprensa brasileira depois do tiro no Trump? Que tal Felliniana?

Pronto! Decidido! Felliniana!

O adjetivo “felliniano” evoca o exuberante, o bizarro, o burlesco, o grotesco. Seria uma espécie de surrealismo prêt-à-porter que mais limita, mais engana, mais ludibria do que esclarece um tácito e cristalino acontecimento no universo.

O mundo assistia, ao vivo e a cores, o comício do galego e viu absolutamente tudo. As imagens falavam por si. Incontestáveis! Inexoráveis! E os militantes da velha mídia, todos afastados de Deus, noticiavam que “Trump é retirado do comício após ouvir supostos barulhos de tiros”, ou que “Trump cai do palco durante comício na Pensilvânia com suposto sangue no rosto” ou ainda “Um comício de Donald Trump foi interrompido neste sábado na Pensilvânia após sons que pareciam ser tiros”.

Isso é crime! É uma tentativa flagrante de se iludir a fé pública com mentiras deslavadas, desafiando uma realidade testemunhada por milhões, comentadas nos quatro cantos do mundo e milhares de vezes reproduzidas em redes sociais.

Um dos maiores vexames da imprensa brasileira de todos os tempos que merecia a demissão sumária de todos os editores, redatores e revisores envolvidos, artífices de um mico histórico nessa farsa sórdida que fere mortalmente a ética do jornalismo informativo.

Memes impagáveis tomaram as redes num deboche orquestrado e merecido à essa turma de inúteis que hoje noticiariam sem titubear que a “Torre 1 do World Trade Center não sai da frente e colide frontalmente com Boeing da American”.

Outro meme espetacular, atribuído àquele jornal que começa com a letra G noticiaria, se fosse hoje, “John Kennedy deita e aparenta dormir após comício”. Já um outro sério concorrente do G sentenciaria que “John Kennedy cai do carro em Dallas. Presidente ficou com sono depois de supostos estampidos”.

Verdade é que estivemos muito perto de um verdadeiro desastre que seria a morte de Donald Trump. Imaginem o colapso mundial, a desesperança, a desilusão, o desalento para os que acreditam na força e nos princípios do conservadorismo no mundo?

Verdade é que os mesmos milímetros que salvaram Jair salvaram Donald. Foi o mesmo milagre, a mesma mão poderosa de Deus que permitiram a manutenção da esperança por dias melhores no Brasil e na Terra.

Voltando aos memes impagáveis, “Eu prefiro muito mais um presidente sem orelha do que um sem dedo” retrata fielmente a mesma impagável irreverência do brasileiro.

Irreverência ou constatação? Fica a dúvida.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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