Estes atos, em Israel, marcam um divisor de águas sobre o conceito do que vem a ser terror contemporâneo.
Foi no século XXI que vimos espantados a neutralização de atos terroristas e a aplicação generalizada do termo em manifestações sociais que não resultaram em extermínio de cidadãos. Alguns eram simplesmente protestos contra regimes e instituições públicas que desviaram para tumulto popular e quebradeira.
Isso porque, como sublinhado no artigo “Reflexões acerca do fenômeno terrorista no século XXI”, de Hassan Magid de Castro Souki, tornou- se uma missão complexa delinear um conceito do que seja terrorismo internacional, através da identificação e análise de suas características básicas.
A análise de Hassan(…) “Objetiva, ainda, revelar a importância de tal conceituação, demonstrando que a indefinição dos contornos do terrorismo internacional dificulta a repressão adequada aos atos terroristas e permite que alguns Estados se apropriem indevidamente do termo para, em nome do combate ao fenômeno, adotarem medidas altamente violadoras das normas internacionais e dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente.”
Grupos terroristas têm se beneficiado dessa ‘zona cinza’ para infiltrarem sua propaganda e insuflar a sociedade com o que classificam como ‘causa justa’.
É exatamente essa indefinição que tem levado multidões a se manifestar a favor da legitimidade do Terror contra Estados que usam o poder militar convencional para debelar grupos terroristas.
É nessa ‘zona cinza’ que organizações que visam debilitar as bases sociais atuam.
É, no mínimo, intrigante que essa ‘zona cinza’ seja estrategicamente o tempo e lugar perfeitos para algumas minorias insuflar o senso comum, investindo em temas cujo os conceitos são igualmente complexos e controversos.
As consequências do ataque terrorista do 7 de outubro mal foram analisados e, certamente, continuarão ofuscados, dando lugar a debates infindáveis sobre temas restritos às normas institucionais sobre linguagem (neutra x culta) e identidade de gênero, como revelado nesse vídeo.
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Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.