31 de outubro de 2024
Colunistas Joseph Agamol

“A casa do sol nascente”

Há algumas canções que não só fazem parte de um hipotético patrimônio cultural intangível da humanidade como também nos conectam a regiões profundas e normalmente inacessíveis de nós mesmos. “The House of the Rising Sun” é uma delas.

A primeira vez que a ouvi foi em meados dos anos 70, na versão provavelmente mais famosa, da banda inglesa The Animals.

O vocalista do grupo, Eric Burdon, tinha apenas 23 anos quando cantou seus versos sombrios. O guri que eu fui se encantou, primeiro pelos arpejos e dedilhados da guitarra na introdução, depois pelo clima onírico da música.

A canção é um mistério completo. Ninguém sabe quem a compôs. Historiadores acreditam que a melodia possa ser datada de meados do século 17, através de algumas baladas do folclore inglês, embora sua primeira versão reconhecida date de 1933, através de Tom Clarence Ashley e Gwen Foster. Quando perguntaram a Tom como ele conheceu a música, ele disse que “era algo muito antigo para que ele quisesse falar a respeito”.

(Não sei quanto a vocês, mas essa declaração me deixa arrepiado – e não é um arrepio bom)

Ninguém sabe se “A Casa do Sol Nascente” é um lugar real. Seria uma prisão, um prostíbulo, um cassino? Ou seria apenas uma metáfora para os vícios e pecados que arrastam os seres humanos à ruina? A única coisa da qual tenho certeza sobre “The House of the Rising Sun” é…

Espero nunca encontrá-la.

Que droga, eu não desejo sequer vê-la ao longe.

P.S: deixo algumas das versões da canção. Desde The Animals a Bob Dylan, passando por uma menina de 13 anos em um reality show e – minha preferida – a versão de uma cantora chamada Lauren O’Connel)

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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