Coisas muito estranhas acontecem no Brasil. Sempre cultuamos os mortos. Os cemitérios são respeitados, assim como as cruzes nas estradas.
Em Copacabana, um grupo do Sou da Paz fincou cruzes na areia lembrando os mortos pela Covid19. Um homem passou furioso e arrancou as cruzes.
Felizmente o pai de um jovem que morreu na pandemia passava pelo local e recolocou as cruzes.
O vírus foi politizado e agora hostilizam até as cruzes que simbolizam as mortes. Não era comum no Brasil.
Bolsonaro incitou seus apoiadores e entrarem nos hospitais de campanha e verificar com fotos se estavam mesmo cheios.
Conselho temerário. As pessoas podem se contaminar e podem também comprometer a higiene do local.
O Hospital Ronaldo Gazolla foi invadido por um grupo que quebrou computadores e só se deteve com a ação dos guardas municipais.
A politização do vírus ameaça o próprio sentimento de solidariedade.
Hoje publiquei um artigo no Estadão falando da longa sequência de choques entre o governo Bolsonaro e as estatísticas, desde números sobre desempregos até dados sobre o desmatamento da Amazônia. É um longo artigo e está disponível no blog gabeira.com.
Não deu tempo de incluir a mais recente façanha de Bolsonaro: retirar do relatório sobre direitos humanos no Brasil os dados sobre violência policial, argumentando que havia inconsistências. Eram mais de 1600 casos. Seriam todos inconsistentes ou é mais uma tentativa de brigar com os números?
Nessa conjuntura internacional de protestos contra a violência policial e contra o racismo, certamente decidiram suprimir os dados no relatório.
A falta de transparência é uma escalada de autoritarismo.
Vamos para mais um fim de semana. Amanhã tento dar um balanço.
Fonte: Blog do Gabeira