Para quê, não se sabe.
Foi com pesar que Bolsonaro, ao recuperar-se em Angra dos Reis, no Rio, do período de 3 meses de descanso nos Estados Unidos, recebeu a notícia de que o Ministério Público Eleitoral (MPE) manifestou-se a favor do pedido de inelegibilidade dele.
O MPE detectou indícios de abuso de poder político nos ataques desferidos por Bolsonaro contra o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado.
Se a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concordar com o parecer do MPE, Bolsonaro ficará impedido de disputar eleições pelos próximos oito anos. Fazer campanha por outro candidato, ele pode (alô, alô, Michelle!).
Aos poucos amigos com acesso a ele na paradisíaca Angra dos Reis, entre passeios de lancha e fartas refeições, Bolsonaro confidenciou que sua condenação pelo TSE está praticamente certa. Só lhe resta retardá-la o quanto puder. Será por pouco tempo.
Com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, abriu-se uma vaga no TSE a ser preenchida pelo ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal. Marques poderá pedir vista do processo, mas por 60 dias.
Bolsonaro entrou no TSE com uma ação arguindo a suspeição do ministro Alexandre de Moraes. Era uma espécie de teste para saber se terá alguma chance de não ser condenado. Esta semana, por 7 votos a zero, o tribunal arquivou a ação. Moraes não votou.
Fonte: Blog do Noblat
Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.