18 de outubro de 2024
Saúde

Acidentes com animais peçonhentos/venenosos

Apesar de muitos considerarem esses termos como sinônimos, existem distinções conceituais entre animais peçonhentos e venenosos.

Ambos produzem toxinas em glândulas ou tecidos, mas os animais venenosos armazenam essas substâncias para defesa contra predadores, enquanto os peçonhentos têm a capacidade adicional de injetá-las ativamente, seja em presas para predar ou em predadores para se defender.

Para a injeção ativa das toxinas, os animais peçonhentos utilizam aparelhos inoculadores como dentes especializados, ferrões, quelíceras, cerdas urticantes, esporões, etc. As toxinas, em quantidades relevantes, causam lesões fisiopatológicas dose-dependentes a um organismo vivo, sendo denominadas zootoxinas quando produzidas por animais, e convencionou-se chamar de venenos as produzidas por animais venenosos, e peçonhas aquelas produzidas por animais peçonhentos.

As funções desempenhadas por venenos e peçonhas estão relacionadas ao animal produtor destas substâncias: defesa contra predação, no caso dos venenos, e subjugação e detenção de presas e predadores, no caso das peçonhas. Além disso, podem exercer também função digestiva em alguns animais peçonhentos.

Compreender estes conceitos é fundamental para a correta notificação dos acidentes por animais peçonhentos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, uma vez que nem todo animal produz toxinas, e nem todo animal que produz toxinas é um animal peçonhento.

Em caso de Acidentes por Animais Peçonhentos, entre em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica que atende a sua região https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/ciatox

Algumas espécies de animais peçonhentos são consideradas de interesse em saúde pública no Brasil, devido à alta capacidade de proliferação em meios urbanos e a magnitude dos acidentes que provocam, seja em razão do número de acidentes que provocam em humanos, ao potencial de evolução clínica do envenenamento com gravidade ou de gerar sequelas temporárias e até mesmo permanentes. O Sistema Único de Saúde oferece gratuitamente antivenenos, conforme necessário, para uso no tratamento dos indivíduos acidentados.

No contexto brasileiro, os animais peçonhentos de interesse em saúde pública incluem algumas espécies de serpentes (gêneros Bothrops, Bothrocophias, Crotalus, Lachesis, Micrurus e Leptomicrurus), algumas espécies de escorpiões do gênero Tityus, aranhas dos gêneros Loxosceles, Phoneutria e Latrodectus, abelhas do gênero Apis e lagartas do gênero Lonomia.

O acidente com serpentes de interesse em saúde é dividido em quatro grupos, de acordo com o gênero da serpente causadora, conforme abaixo:

Acidente botrópico: causado por serpentes dos gêneros Bothrops e Bothrocophias.
Acidente crotálico: causado pelas cascavéis (Família Viperidae, espécie Crotalus durissus).
Acidente laquético: causado por serpente da família Viperidae, no caso a espécie Lachesis muta.
Acidente elapídico: causado pelas corais-verdadeiras (família Elapidae, gêneros Micrurus e Leptomicrurus).

Da mesma forma, os incidentes com aranhas são divididos em grupos loxoscélico, fonêutrico e latrodéctico.

Os escorpiões de importância em saúde pública no Brasil são quatro espécies do gênero Tityus: T. serrulatus, T. bahiensis, T. stigmurus e T. obscurus.

Lagartas do gênero Lonomia representam uma preocupação significativa devido à capacidade de causar acidentes graves. Adicionalmente, acidentes por abelhas do gênero Apis, especialmente as africanizadas, são categorizados como acidentes apílicos.

Outros animais peçonhentos, como vespas, marimbondos, lacraias, arraias, bagres, entre outros, embora não considerados de importância em saúde pública, podem ocasionar acidentes graves. Estes acidentes também devem ter seus acidentes notificados no Sinan.

Veja a lista dos hospitais de referência para soroterapia de acidentes por animais peçonhentos separadas por estado, constando as cidades onde estão localizados, nomes dos hospitais, endereços, telefones, Código Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e atendimento disponível para acidentes com animais peçonhentos. As informações disponibilizadas são de responsabilidade da respectiva Secretaria Estadual de Saúde.

Em caso de emergência, contate imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

Ligue também para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica que atende a sua região.

Fonte: saúde.gov.br

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