No meio dessa trovoada toda é difícil encontrar razões para sorrir. Mas o imponderável existe.
Semana terminando e eis… surpresas acontecem e você tem que mergulhar de cabeça para a alma não escapar da borda. Seu risco é ficar estapeando no escuro e gastar toda sua energia, sem estratégia.
De repente, uma criança inocente, de sorriso largo, bate à sua porta, com um frango barulhento de borracha na mão e pede para assistir ao jogo do Brasil.
Você faz o quê? Larga de lado todo o lodo viscoso do vazio de esperança e retribui o sorriso com bem-querer. A nuvem passa.
Ah! Mas você assistiu aquela emissora? Deixou o engodo do futebol ganhar espaço na sua casa? Como assim, justo você? Não. Me rendi, vencida por momentos de amor e brincadeiras por pouco mais de uma hora. Alimentei o melhor de mim com doçura.
É preciso aproveitar os momentos de alegria genuína, aqueles capazes de turvar a sisudez. A meninice retorna fácil porque está no nosso registro. E o resto é resto.
Falar de coisas frugais com o mundo entulhado de conflitos e tirania, com gente sem noção tentando assessorar-se de sua liberdade, e não importa se você ri ou chora, é necessário.
As lutas pelo poder acontecem sempre com muitas dissonâncias e poucas convergências. E os infelizes encastelados, que detêm o comando — e são muitos –, agem covardemente nos escombros do egoísmo.
Vácuo de liderança só existe quando você terceiriza suas decisões e deixa que outros ajam por você.
Então, não reclame se você só vocifera e espera sentado enquanto o espertalhão da vez se acha o máximo. Deixe que se arrebente porque isso é inevitável para quem arrisca tudo. A história ensina isso.
Escute a chuva lá fora, espere a hora certa de agir e abra a porta para o menino entrar com sua festa. O que ele quer é que o Brasil vença!
Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.