11 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

MAD

Hoje, em conversa com um amigo, lembrei da revista MAD. Foi publicada por mais de 60 anos, nos Estados Unidos, até deixar de ser vendida em bancas, em 2018.

Durou até muito. O humor da MAD, ao mesmo tempo rude e refinado, não poderia sobreviver no afetado e lamuriento mundo contemporâneo. Seus desenhistas e redatores seriam ”cancelados” todas as semanas. O que surpreende é isso: o “cancelamento” metafórico e o cancelamento real não terem acontecido antes.

Meu primeiro contato com a revista foi nos anos 70, quando começou a ser publicada no Brasil, usando apenas material americano traduzido. Nenhum problema: as gags quase sempre geniais do quase sempre brilhante time de redatores e artistas da revista eram universais e superavam quaisquer barreiras culturais.

Nomes como Al Jaffee, Don Martin, Aragonês, Antonio Prohias e Dave Berg, cada um em seus respectivos estilos de humor, influenciaram gerações de cartunistas e redatores no Brasil e no mundo. Meus preferidos eram Don Martin e Al Jaffee, que criou a série “Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis”. Aliás, Jaffee está vivo até hoje, com seus 102 anos.

A MAD saiu de cena, discretamente, assim como surgiu. Não poderia ser diferente: a revista era um símbolo da liberdade, como um todo, e da liberdade para fazer humor, em particular. Não caberia nos estreitos moldes do politicamente correto e não aceitaria as amarras do ressentimento woke.

Melhor assim.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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