15 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

“Eu quero beijar você toda.”

Calma, amigos e vizinhos… é só a tradução do título de mais uma pérola pop dos anos 70, que eu vou resgatar aqui: “Kiss You All Over”, do grupo Exile. A banda é um exemplo daquilo que os americanos chamam de “one-hit-wonder”, que aqui apelidamos como “grupos de um sucesso só”. Mas QUE SUCESSO. “Kiss You All Over”, de 1978, veio coroar o trabalho de mais de dez anos do Exile, quase da noite para o dia: como disse depois um dos membros da banda, “na noite anterior estávamos tocando em troca de bebida, e no dia seguinte entramos em turnê com o Aerosmith”.

A música ficou vários meses em 1o lugar nas paradas dos USA e da Europa – e em nono lugar em um concurso de canções mais sexies de todos os tempos. Dizem algumas rádios se recusavam a tocá-la, por seus versos considerados “picantes”.

Mas provavelmente 99% do sucesso da canção se deve ao vocalista solo, Jimmy Stockley. Jimmy aliava seu visual e presença de palco com uma voz grave e rouca, quase sussurrada, em contraponto à grande parte dos cantores da época. É divertido assistir às performances de Jimmy nos canais de “reaction” do You Tube: as novas gerações que nunca ouviram/ viram Jimmy no palco se surpreendem.

Jimmy Stockley saiu do Exile em 1980, pouco tempo depois do êxito meteórico de “Kiss You All Over” – e nunca disse o motivo. Ele partiria em 1985. O Exile continuou, redesenhado como uma banda country, e com apenas um membro original – mas nunca mais repetiria “Kiss You All Over”. Jimmy Stockley é quase desconhecido hoje em dia – e até as versões da canção que existem no Spotify são regravações da versão original, que pode ainda ser vista no You Tube. Deixo algumas para vocês nos primeiros comentários, inclusive ao vivo.

Aproveitem – a sensualidade discreta da voz sussurrante de Jimmy Stockley com certeza não teria lugar nos dias de hoje, de gritos e berros explícitos.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *