Kate Jackson, Farraw Fawcett e Jaclyn Smith se reúnem para fazer uma foto promocional da série “Charlie’s Angels”, por aqui conhecida como “As Panteras”.
Elas não tinham como saber – mas a série se tornaria um clássico instantâneo e um cult que atravessaria décadas, gerando novas versões no cinema.
“As Panteras” é mais um daqueles fenômenos culturais que jamais se repetiriam nos dias de hoje, por inúmeras e variadas razões. Ou alguém acredita que a beleza radiante desse trio, a formação original das Angels, seria sequer cogitada na sociedade atual?
Para as mentalidades fátuas e sensibilidades tênues de alguns homens e mulheres do século XXI, o esplendor de Kate, Farrah e Jacklyn seria intolerável – “como ousam” diriam, “romper com a uniformidade, com a padronização, com o nivelamento pelo mais baixo, que tentamos impor à sociedade atual?! Como ousam atingir a perfeição da Beleza, e provar, assim, a impossibilidade da igualdade que desejamos implantar a ferro e fogo?!”
Da minha fresta no tempo, eu observo as Panteras originais, imaculadas na primavera de 1976, e penso, antes de voltar para os áridos anos 20 do século XXI: a Beleza não é justa. À Beleza não cabe igualdade. A Beleza não é só necessária: ela é indispensável.
E que falta ela(s) nos faz(em).
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.