7 de setembro de 2024
Veículos

VW divulga primeiras imagens da Nova Amarok, que chega em agosto

Picape média recebe uma plástica de atualização, mas segue com o mesmo projeto básico

Enquanto você lê estas mal tecladas linhas, a Volkswagen está acionando sua linha de montagem em General Pacheco, na Argentina, para produzir as primeiras unidades da Nova Amarok. “Nova” em parte de seu visual – especialmente na dianteira, na qual a picape média ganhou uma reestilização mais acentuada. A mexida a deixou com as linhas mais parecidas com a dos modelos mais recentes da marca – e, também, com as de outros modelos mais antigos, mas recentemente atualizados, caso da picape compacta Saveiro. Entre as novidades, felizmente, comenta-se que virão também uma série de melhorias no “despojado” acabamento interno e uma lista de itens de conforto e de segurança – como os de auxílio autônomo ao motorista e um número maior de air bags (a atual só tem 4). Mas isso confirmaremos em agosto, mês previsto para seu lançamento aqui no Brasil. Enquanto isso, dá para matar um pouco da curiosidade com o vídeo e as fotos divulgadas há pouco (em 4/7) pela VW.

Vídeo divulgado pela VW mostra a picape atualizada em sua linha de montagem na Argentina

Alguns números e considerações sobre a VW Amarok

Ao longo de mais de 15 anos de produção na Argentina, já saíram da linha de montagem mais de 740 mil unidades da picape média, sendo que 64% delas foram exportadas (inclusive para o Brasil).

Desde seu lançamento, a Amarok já foi produzida em versões de cabine simples e dupla, com motores a diesel de quatro cilindros em linha (2.0) e seis cilindros em V (3.0), câmbio manual (6 marchas) e automático (8 marchas) e diversas opções de acabamento – e preços, incluindo mais de 120 mil unidades produzidas com a direção “inglesa”, do lado direito, para países da Oceania, África e América Central.

Embora não tenha sofrido modificações em sua plataforma ou principais componentes da carroceria – como teto, laterais e portas – a VW trata a Amarok que chega ao Brasil em agosto tratada como sendo sua terceira geração. A segunda, lançada em 2016, tinha como principal novidade a opção do motor V6, que fez dela a picape média mais potente do mercado.

Embora ainda seja vendida, na Argentina e em outros países latino-americanos, também com a opção do motor 2.0 turbodiesel de quatro cilindros (180 cv de potência e 42,8 kgfm de torque), aqui no Brasil, já faz tempo, a Amarok só está nas lojas com o V6, também turbodiesel, de 258 cv e 59,1 kgfm. Cheguei a fazer test-drives com algumas das versões 2.0 dessa picape vendidas aqui no Brasil, como o que você pode conferir no vídeo da TV Rebimboca abaixo. E, mais recentemente, tive a oportunidade, também, de participar de um dia de convivência off-road com a versão V6 do carro, lá na Argentina – que você pode conferir neste link: https://www.rebimboca.com.br/single-post/um-test-drive-radical-com-a-vw-amarok-na-argentina .

A renovada na Amarok é uma tentativa da Volkswagen para vitaminar seu desempenho em nosso mercado, no qual, hoje, ela é a lanterninha em seu segmento, ficando atrás (em ordem de unidades comercializadas) da campeã Toyota Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10, Mitsubishi L200 e Nissan Frontier. Lançada há poucos meses, a Fiat Titano ainda é “café com leite” nessa comparação. Na Argentina porém, esse utilitário da VW é o segundo mais vendido. Em 2023, perdeu por pouco da Hilux, que faturou 28.337 unidades contra 28.043 da Amarok.

Mas afinal, a VW Amarok tem (ou terá) fôlego para brigar no nosso mercado?

“Nova” ou não, a VW Amarok é uma picape interessante e que, a despeito de seus 15 anos de estrada, ainda oferece alguns diferenciais interessantes em relação à concorrência. A começar por seu sistema de tração integral permanente “4 motion” que, diferentemente do que é mais comum encontrar em utilitários desse tipo, se mostra até mais vantajoso no asfalto – onde contribui para que essa picape tenha uma estabilidade e uma condução acima da média para seu segmento – do que no fora de estrada, onde é “normal”.

Quando foi lançada, muita gente por aí chegou a dizer que a Amarok “parece um carro de passeio”, por conta de sua condução suave e facilidade de manejo. Nem tanto, pois as leis da física impedem que um veículo com essas dimensões e altura e montada sobre chassis se comporte igual a um automóvel menor, em monobloco, mais leve e mais baixo. Mas é inegável que, em comparação às concorrentes daquela época, a picape da VW era a mais dócil e fácil de se conduzir. Hoje, com a evolução geral do segmento, essa diferença diminuiu, mas ainda assim, existe.

Outro ponto alto do modelo é seu motor V6 turbodiesel, que gera os já mencionados 258 cv e 59,1 kgfm e que equipa suas versões mais caras – justamente as que vêm para o Brasil. Já sabemos que essa mecânica (junto com o câmbio automático de 8 marchas, que pode até ganhar mais uma ou duas delas) será mantida na Amarok “remoçada” que está chegando e, com ela, a picape segue como a mais potente de seu segmento, e ela anda bem, mesmo.

Se, agora, ganhar equipamentos que atualizem seus recursos de segurança e condução, tornando-os condizentes com a tecnologia atual –, receber um tratamento visual que lhe tire alguns anos do rosto e, claro, se tudo isso for vendido por um preço competitivo em relação à concorrência –, sim, acho que e VW Amarok tem chances de brigar em nosso mercado. Dificilmente pelos primeiros lugares nas vendas, mas certamente por uma posição bem mais honrosa que a atual, equivalente que ocupa o meu Fluminense, hoje, no Campeonato Brasileiro.

imagens de divulgação

Fonte: Rebimboca Comunicação

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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