Na Volta Grande do Xingu, região mais afetada pela hidrelétrica de Belo Monte, a escassez de água tem causado a morte massiva de peixes, provocado insegurança alimentar de indígenas e ribeirinhos e impedido a mobilidade da população. Fábio Erdos (The Guardian)
Além de tapar os rombos nas estatais, fundos públicos, BNDES etc, o contribuinte brasileiro terá que se virar em dobro para sobreviver. Sobreviver e superar não apenas a rapinagem generalizada que devastou a economia, mas e sobretudo, as consequências da incompetência da ‘gerentona’ Dilma que resultou numa baita recessão e, claro, desemprego gigantesco.
Os últimos 15 anos de roubalheira e incompetência deixaram um legado difícil de superar para a próxima geração.
Se o mega desastre petista consistisse apenas no ‘mega’ entulho de coisa podre, corrupta e asquerosa, que o mundo todo já viu e todos constataram, teríamos uma dimensão real do problema e tentaríamos nos ajustar para enfrentá-lo com firmeza. Mas,não!
Ainda há muito por vir.
A cada relatório que tomamos conhecimento sobre o crime de ‘responsabilidade’ sem responsáveis, em Mariana e Brumadinho, vemos um dedo podre do governo Fernando Pimentel, aumentado o potencial da tragédia.
A grande imprensa tirou de pauta as condições em que se encontra o super investimento e os inumeráveis adicionais financeiros da Transposição do São Francisco.
Certamente, só tocará no assunto quando um grande e ‘inesperado’ problema, ‘sem responsáveis’, afetar mais ainda os mananciais já exauridos e colocar em risco as populações ribeirinhas.
Dias atrás, uma reportagem publicada no El País sobre a barragem de Belo Monte, a ‘menina’ dos olhos da Dilma, que deixou sem resposta incontáveis perguntas sobre polêmico projeto, aborda a situação.
A notícia é que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte ainda não está concluída.
Porém, “antes que as obras terminem um documento da Norte Energia SA mostra que há problemas no projeto. Em 11 de outubro de 2019, o diretor-presidente da empresa concessionária, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, escreveu à diretora-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Christianne Dias Ferreira, uma carta com o seguinte título: “Ação urgente para controle do nível do Reservatório Xingu da UHE Belo Monte”.
No documento, afirma que “o atual período de estiagem tem se mostrado bastante crítico, com vazões afluentes baixas no Xingu, sendo nos últimos dias da ordem de 750 metros cúbicos por segundo”. A usina precisa manter uma vazão acima do mínimo de 700 metros cúbicos na Volta Grande do Xingu, região que vive uma situação de total insegurança das condições de vida provocada pela insuficiência do volume de água liberado por Belo Monte. Assim, a empresa pede autorização para reduzir a vazão no reservatório intermediário, o artificial, para compensar a baixa de água no reservatório do Xingu, sem agravar ainda mais a situação extremamente crítica da Volta Grande. A razão: se não mantiver a cota mínima de 95,20 metros no reservatório do Xingu, a onda negativa que poderá se formar devido aos ventos “atingirá áreas da barragem não protegidas por rocha”. Esta situação, afirma o diretor-presidente da Norte Energia, “pode resultar danos estruturais à principal barragem do Rio Xingu, que é Pimental”.
Na tarde de 10 de outubro, dia anterior à data do documento, o nível do reservatório do Xingu já havia atingido 95,20 metros. Ou seja: danos estruturais na barragem estavam no horizonte de possibilidades.”
A quantidade e a variedade de riscos lançados sobre a nação brasileira nos últimos quinze anos pode elevar em muito o grau de imprevisibilidade de desastres sociais, ambientais e econômicos.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.