Passei o tempo todo com uma espécie de comichão, daquelas que só sente quem escreve, e necessita transformar em prosa o que lhe vai na alma – ainda que não se saiba ao certo o porquê.
Passei o dia querendo falar de Tiago, chamado por tantos nomes, como Filho do Trovão e Tiago Maior – e não consegui. Só hoje, já derrubado pelo sono, me veio à mente a beleza do rico simbolismo atribuído a Tiago e seu famoso caminho: a vieira, o cajado, a cruz-espada.
E entendi o porquê: Tiago é o protetor dos peregrinos, dos caminhantes, dos viajores – o que, em última instância, todos somos.
Talvez não atentemos para o fato de que percorremos uma estrada particular, desde o início até a clareira no fim do percurso, mas isso não torna menos real o fato de que “não há um caminho: o caminho se faz ao andar”.
Que São Tiago monte guarda ao longo da nossa trajetória – seja por onde for.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.