Tomemos Pelé, por exemplo: o cara redefiniu os conceitos do futebol, a ponto de podermos falar em antes e depois do seu surgimento como atleta.
Mas basta citar seu nome e logo surgem os “poréns” e “mas”: que ele não é um exemplo de pessoa, que ele nunca se posicionou politicamente, pipipi-pópópó…
O caso se estende a todas as áreas, praticamente.
Parece que o brasileiro exige que qualquer pessoa que alcance alguma projeção em sua área deva reunir também os requisitos para se candidatar ao cargo de Dalai Lama, papa e mestre Yoda – tudo ao mesmo tempo.
Curioso é que os que fazem tais exigências poderiam perfeitamente, na maioria imensa das vezes, ser personagens daquela famosa fábula: onde um símio não vê a cauda do outro.
Deixar de perceber o conjunto harmônico que a floresta representa para atentar apenas nas imperfeições de um único tronco é um dos grandes obstáculos que nos impedem de construir uma nação.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.