Essa quantidade de festas clandestinas e aglomerações no Carnaval, lembram o fim de ano.
Estamos sendo derrotados de novo. As consequências das aventuras de fim de ano estão aí no aumento do número de contaminados e também no número diário de mortos.
Em alguns lugares, houve prevenção mas ainda assim é muito difícil conter, apesar da vigilância nas redes sociais onde algumas festas se organizam.
No Rio, há dois fatores negativos. O prefeito Eduardo Paes não fechou os bares e existem muitas áreas sob controle do tráfico ou da milícia.
O cantor Belo, por exemplo, fez um show no Parque União, na Maré, utilizando as instalações de um CIEP.
Ninguém do governo o autorizou e sobretudo ninguém, ostensivamente, o contratou. É possível que a festa tenha sido promovida pelos traficantes. Quem faria algo ali, sem a autorização deles?
Esta explosão de festas no Brasil acontece num momento em que cresce o número de casos e começam a desaparecer as doses de vacina que garantiriam o fluxo da imunização coletiva. O Rio vai parar quarta feira e parece que outras cidades, como Salvador, também estão parando.
Outro fator grave, ao lado da escassez de vacinas, é o avanço da nova variante de coronavírus. Na cidade de Araraquara foram encontrados 12 casos. Daqui a pouco, esta variante pode se tornar a mais numerosa no Brasil, como se tornou na Inglaterra.
Esta tendo muita repercussão uma entrevista que o general Villas Boas concedeu para um livro da Fundação Getúlio Vargas. Nela, confessa que o tweete que postou pressionando para que não fosse concedido um habeas corpus a Lula não foi uma iniciativa individual. Segundo a entrevista foi uma decisão coletiva dos comandantes do Exército.
Isto repercute porque na época o tweete foi considerado apenas um arroubo autoritário de Villas Boas.
Se foi uma decisão coletiva, na verdade o Exército usou um subterfúgio para pressionar o STF.
Ao invés de uma nota oficial, escolheu um tweete.
Em suma, pressionou sem assumir as consequências, na surdina. Isto agrava muito a decisão.
A história das armas continua repercutindo. Bolsonaro segue firme na vontade de armar a população ou pelo menos parte de seu eleitorado.
Naquela reunião de 22 de abril, ele revelou que as armas não eram para defesa pessoal mas para uso político.
Bolsonaro prometeu isso em campanha. Mas nem tudo que se promete em campanha, se faz com uma canetada. Nesse caso, precisa passar pelo Congresso.
Estou seguro que o STF vai anular a decisão. Muitos dizem que Bolsonaro conta com isso e vai dizer que fez tudo mas foi neutralizado pelo STF.
Espero que seus eleitores não sejam tão ingênuos para acreditar nessa história.
Vou parar por aqui. A segunda feira de carnaval foi nublada e com cara de chuva. Pelo menos consegui trabalhar. Só tenho mais alguns compromissos e à noite volto aos livros.
Fonte: Blog do Gabeira