Cadeira assume liderança na intenção de votos para a Prefeitura de São Paulo.
Mas quem é realmente esse “Cadeira” que, de repente, virou celebridade e pode se tornar prefeito de uma das mais importantes cidades do hemisfério sul?
Trata-se de um candidato-objeto que até então só servia para sentar, ou melhor, que foi concebido para sentar. Cadeira também serve para alcançar coisas no alto do armário, apoiar temporariamente mochilas e bolsas ou, mais recentemente, acertar políticos indesejados, o que lhe conferiu definitivamente status e poder.
Na realidade Cadeira cansou de ser um objeto, um repositório de bundas, muitas delas com desvios de caráter e mal cheirosas pela quantidade de cagadas que fizeram ao longo da vida.
Cadeira cansou de testemunhar absurdos, tramoias, inconsequências principalmente em mesas, salas, auditórios e plenários brasilis.
Cadeira cansou dos flatos cheirando, ora a crustáceos, ora a vinho francês, ora a cachaça misturada com churrasquinho de picanha e farinha. Muito fedor proveniente de bundas imerecidas que não fazem jus à sua missão maior de descansar nádegas e corpos de uma maioria esmagadora de decentes.
No último domingo, Cadeira que dava conforto a uma bunda deletéria foi alçada pelo seu dono, o cadeiropata Datena, que agrediu Marçal com uma cadeirada dolosa. “Tem-se por cadeirada dolosa aquela em que se tem a intenção de enterrar as pernas da cadeira nas costelas de alguém após ficar totalmente nocauteado num debate”.
Cadeiras matam e há denúncias, segundo Paulo Souza, de um grande esquema cadeiricida em São Paulo onde há uma outra linha investigativa oriunda de uma denúncia que mostra um vídeo em que Marçal se lança furiosamente de costas contra Datena numa flagrante tentativa de agredir a sua cadeira. É a turma do amor em ação!
Na realidade, a cadeira de Datena, aos moldes da faca de Adélio, pode mudar definitivamente o rumo desse circo mambembe que se tornou o debate político paulistano. Um bando de palhaços sem criatividade, sem retórica, sem carisma atordoado por um ator melhor preparado que ousa dizer verdades e por isso encanta.
O eleitor brasileiro merece uma segunda chance, pois errar é humano. Depois da “M” (esse “M” é de merda mesmo e não de Marçal) que fez em 2022 o brasileiro precisa aprender que somos um povo, que precisamos agir como povo, lutar como povo, amar como povo e votar como povo. Até então somos habitantes do Brasil, totalmente diferente de ser brasileiro.
Segundo o mesmo Paulo Souza, um dos melhores humoristas brasileiros, ao sentar a cadeira em Marçal, Datena sentou Marçal na cadeira. De prefeito!
Portanto, Cadeira poderá ser indiretamente, prefeito de São Paulo.
