18 de abril de 2024
Yvonne Dimanche

A vida é uma caixinha de surpresas


Queridos leitores, chega uma certa idade, em que achamos que as nossas vidas estão mais ou menos estabilizadas, sem grandes sobressaltos, fora saúde e problemas que filhos e netos oferecem, e de repente surgem novidades. Algumas boas, outras não. Eu não estou me referindo à situação econômico-financeira, porque a qualquer momento pode acontecer algo que deixa o país de quatro. É sobre a nossa vida mesmo.
No final do ano passado, tomei conhecimento de uma excelente notícia envolvendo um parente meu. Por conta disso, nosso réveillon foi maravilhoso. Eu gosto de ver pessoas felizes e se dando bem. Como se não bastasse, recebi um convite de amizade através do Facebook. Um homem francês e o meu coração ficou aos pulos, visto que eu reconheci o sobrenome que vem a ser de uma irmã mais velha, com quem nunca tive relacionamento. Sabia desse sobrenome, porque uma amiga, que é minha “personal-agente da CIA”, investigou a sua vida, a meu pedido. Na época, essa amiga me perguntou se eu queria que a filha dela que mora na França pesquisasse mais dados, eu preferi que não. Não tinha cabimento eu enviar uma mensagem dizendo: “Oi, sou sua irmã brasileira”. Ela teve pouquíssimo contato com o meu pai e absolutamente nenhum conosco.
Bom, aceito ou não aceito a amizade? Resolvi aceitar e ver quem seria essa pessoa. Ela e o marido utilizam o mesmo perfil. É a minha irmã. Vocês têm ideia do que vem a ser isso? Ela é filha de uma namorada do meu pai que ele conheceu no final da guerra na Alemanha. A mãe dessa irmã não era alemã e sim francesa. Apesar de estarmos colocando os papos em dia, ainda não chegamos ao ponto de ela me informar o que a sua mãe estaria fazendo no país inimigo. O meu pai eu sei, ele estava em um campo de soldados prisioneiros e foi libertado. Deve ser emocionante essa história. Resumindo a ópera, ela é fruto de um período em que se acreditou que seria de paz. Ela é filha da alegria e das comemorações. Escolhi essa foto velha conhecida no mundo inteiro, apenas para ilustrar o que eu acredito que tenha sido esse namoro.
Ela não sabe uma palavra em Português. Eu, apesar de ter estudado a língua francesa, há mais de trinta anos que não converso com ninguém. Então, o esforço maior tem sido o meu que utilizo um tradutor da Internet não só para saber o que ela escreveu, como também escrever os meus textos, obviamente com auxílio de dicionário, visto que esse tradutor é uma droga, então não estou tão mal assim, porque vejo os erros.
Enfim, este ano tem sido emocionante. Já estamos até planejando uma viagem para o ano que vem. Fiz questão de dividir essa minha alegria com vocês. Por isso, mais uma vez desejo a todos um lindo final de semana e até o próximo Boletim, provavelmente em fevereiro (não é certo), visto que farei uma pequena viagem e não sei quando retornarei.

O Boletim

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