20 de abril de 2024
Colunistas Yvonne Dimanche

Machado de Assis

por Giselle Uribbe
Então… parece que o Felipe Neto postou alguma coisa falando que ler Machado de Assis é chato e afasta os adolescentes da literatura.
Mas como professor é esse bicho metido (e meu trabalho é exatamente esse: ensinar Machado de Assis para adolescente), resolvi vir aqui dar o meu pitaco nessa história, sem ninguém pedir mesmo. Só de enxerido.

Sabe porque Machado é Machado? Bom, primeiro porque ele é quase um milagre: um homem negro que nasceu no morro carioca no século XIX, foi autodidata e escreveu nove romances, 200 contos, mais de 600 crônicas, diversas peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e se tornou o maior escritor do país… só pode ser milagre. Ou ET. Vai ver que ele era ET.

Veja, não estou dizendo que Machado é fácil: se fosse fácil, a gente lia um post do Felipe Neto e não precisava da escola.
Mas Machado soube, como ninguém, ninguém mesmo (desculpe aí, Eça), descrever aquele tapinha nas costas com gosto de punhalada que a sociedade tinha (e tem) mas que nunca se diz, aquilo que não se mostra, aquilo que “é melhor ficar quieto”. E com humor. Com sutileza.

Ler Machado é tomar várias surras e ouvir vários sussurros socialmente proibidos. Que delícia!

A gente está vivendo um tempo muito (muito!) esquisito e é sempre bom lembrar: a gente vive num país analfabeto. Ler é importante. Celebrar a nossa cultura importa. Festejar nossos gênios, importa. E esse, “meu amigo” Machado, é, provavelmente, o maior deles.

Tenham respeito!

Acrescento ao post uma contribuição enriquecedora do Prof. Claudio Gananca.

O Ministério da Educação – MEC tem, entre outros (pesquisem) uma página que dá acesso à bibliografia e suas obras em PDF (DE GRAÇA)!

O Boletim

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *