28 de março de 2024
Yvonne Dimanche

Lembranças de 1973 – O ano em que cursei o pré-vestibular


Como fiz o curso técnico em contabilidade, não aprendi um monte de matérias do segundo grau. Foi um ano difícil. Não namorei ninguém, não passeei, não vivi nada e tinha apenas 19 aninhos. Só tinha livres as noites de sábado e as tardes e noites de domingo. O tempo restante era estudando, trabalhando e dando aulas particulares. Como estudei nessa vida.
Queria fazer faculdade de Psicologia e por pouco, muito pouco, quase mudei de ideia. O curso de Sociologia da UERJ ou UFRJ, não me lembro qual, tinha 50 vagas e apenas 3 malucos se interessaram. Pensei que, se não conseguisse passar, tentaria Sociologia no ano seguinte. Passei para a PUC, mas a mensalidade era quase o meu salário todo. Não foi possível. No ano seguinte desisti de Humanas e tentei Matemática. Passei em 11º lugar na UFF. Desculpem a minha exibição, mas um dos orgulhos da minha vida foi ter sido CDF.
Por qual motivo esse papo? Porque, mesmo em um dos piores anos do regime militar, nunca ninguém pensou em desvalorizar a carreira de Sociologia. Nunca conseguiria ser uma boa socióloga e muito menos uma formada em Filosofia. O meu raciocínio me impede de entender textos simples do tipo “vovô viu a uva da viúva do Ivo”. Não é um dos meus exageros e muitas vezes pedi ao meu marido para resumir certas matérias que eu não entendia direito.
Então, ficamos combinados assim: fora Sociologia e Filosofia. Aproveitem e acabem também História e Letras. Aliás, acabem com todas as carreiras da área de humanas. O Brasil precisa de engenheiros. #prontofalei, #prontoparadefalar.

O Boletim

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