29 de março de 2024
Yvonne Dimanche

Genialidade


Queridos leitores, uma curiosidade que sempre tive foi entender por qual motivo existem pessoas tão geniais, enquanto nós meros mortais nem chegamos aos pés desses seres especiais. Certa vez vi um vídeo que mostrava crianças superdotadas em uma escola lá na Índia fazendo cálculos inimagináveis do tipo 8.387.123 x 4.123. O mais interessante é que elas respondiam ao mesmo tempo de forma cadenciada, balançando as mãos. Uma graça. E o que dizer também de certos autistas? Pesquisando sobre o assunto, há especulações sobre gênios que não estão mais entre nós como Darwin, Albert Einstein, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Mozart, Michelangelo, Van Gogh, dentre outros. São apenas suposições por conta de manias e comportamentos informados em suas biografias. Será que existe alguma correlação? Acredito que não, porque, nem todo autista é genial e deve ter muito gênio por aí que não é autista.
No entanto, já percebi uma coisa com relação aos artistas que fizeram a diferença: quase todos são doidos de pedra. Adoro ler biografias de pessoas interessantes e certa vez fiz uma coleção de discos (vinil mesmo) de compositores clássicos. Malucos, viciados, irreverentes, sexualmente excêntricos e farristas. O único que não se soube de nada que o “desabonasse” foi Bach que era casado, cristão até não poder mais, com muitos filhos e que vivia para a família. Bom, deve ter tido algum segredinho na sua vida, mas ninguém soube. Talvez a Sra. Bach soubesse…
E quanto aos jazzistas? Mais doidos ainda, por terem nascido no século passado (ou no final do retrasado) onde já se conhecia drogas mais potentes. Vi uma vez um documentário sobre o assunto e não me lembro qual foi a orquestra de negros que se apresentou em um determinado espaço e tão logo o show acabou saíram correndo, porque quase todos os músicos tinham mandado de prisão. É uma pena que eu não me recorde.
Bom, por uma felicíssima coincidência, quando comecei a escrever essa coluna, o meu marido me chamou para ver uma apresentação do Paul McCartney em um programa londrino. Ele compôs uma música na hora. Tocou bateria, piano, baixo e guitarra. Um engenheiro de som, acredito eu, gravou cada instrumento, no final misturou tudo e eis que surge uma música, nada excepcional que mereça entrar na lista das Dez Mais, mas poxa vida, o cara tocou quatro instrumentos. Pode até ter sido combinado anteriormente, o que eu não acredito, porque o Paul tem um nome a zelar, mas ele tocou QUATRO INSTRUMENTOS. No final, ainda colocou uma letra. Não chega a ser um Mozart, mais foi Paul McCartney.
Mas, voltando à minha perplexidade, como posso eu não ter a menor habilidade para segurar um lápis de cor, enquanto Da Vinci pinta a Gioconda? Como posso eu mal saber o que é um Movimento Retilíneo Uniforme, enquanto Einstein estudou Física? Amigos, nesses momentos, em que pese tudo de ruim que nós humanos fizemos no decorrer de milênios, a vida é, e sempre será, uma caixinha de surpresas.
Ao mesmo tempo em que destruímos uma biblioteca na Síria (ou teria sido no Iraque?), já existiu alguém chamado Beethoven que compôs uma sinfonia, a mais linda de todas elas, estando surdo. Dizem que há controvérsias, mas eu as ignoro, quero acreditar que ele compôs essa maravilha totalmente surdo. Enfim, daqui a cem anos ninguém vai saber quem fomos, a não ser nossos descendentes, e o mundo vai saber quem foi Shakespeare que até hoje é cultuado quase quatro séculos depois.
Enfim, um viva para as pessoas que fizeram algo especial neste mundo e só para finalizar, Bill Gates, Steven Spielberg, Messi, dentre outros são autistas.
Um lindo final de semana para todo mundo e até o próximo Boletim.

O Boletim

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