20 de abril de 2024
Colunistas Yvonne Dimanche

Erlon Chaves, um músico esquecido


Vi um documentário no canal Curta! sobre a vida deste músico. Maestro, compositor, arranjador, enfim um gênio. Compôs trilhas sonoras de filmes, músicas para novelas (a abertura de Pigmaleão 70) é de sua autoria.
Ao mesmo tempo que tinha influência de Quincy Jones e outros maestros americanos, tinha um swing danado bem brasileiro. Negro, bonitão e chegado às louras. Vera Fischer foi sua namorada.
Até que no Festival Internacional da Canção em 1970, ele cantou a música “Eu quero mocotó” que fez um sucessão danado. Uma bobagem gostosa composta por Jorge Benjor, à época, Jorge Ben. Ele caiu na asneira de cantar essa música com louras dando-lhe beijos.
A tradicional família e propriedade – TFP – não gostou da brincadeira e muito menos os milicos. O Erlon foi preso. Não foi torturado fisicamente, mas sofreu ameaças no período de reclusão que felizmente durou poucos dias. “Vou botar esse crioulo no seu lugar” foi a menor delas. Está ruim, mas já foi pior, bem pior.
Quis fazer essa homenagem a um dos maiores músicos brasileiros que transitava com desenvoltura entre canções sofisticadíssimas até as debochadas. Um gênio. Ah sim, antes que eu esqueça, o jingle “Tá na hora de dormir, não espere mamãe mandar” foi composto por ele. Morreu em 1974 e acredito que poucas pessoas no Brasil sabem quem ele foi.

O Boletim

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