A querida Hileia comentou que o resultado do concurso saía no Jornal dos Esportes. Eu não sabia disso e nem me interessei em saber se tinha passado ou não.
Eu estava firmemente decidida a não trabalhar no BB.
Só que tal comentário me fez lembrar que quem pagou a minha taxa de inscrição foi o meu avô. Eu disse que não iria pagar. O sonho dele é que eu fosse juíza ou funcionária do Banco do Brasil.
Minha mãe ficou na fila e eu fui para lá pra ficar no lugar dela depois do trabalho.
Meu avô morreu no dia 09.03.1973 e eu fiz a prova no dia 13 seguinte que foi o dia das mães.
Tenho certeza que toda a sorte que eu tive foi por conta dele.
Bom, minha carreira no MEB – Movimento de Educação de Base foi de vento em popa.
Em julho de 1974 fui promovida à Tesoureira com salário de Cr$ 1.756,80 (cruzeiros mesmo, nunca esqueci).
Nesse mesmo mês a minha mãe me encheu o saco e disse que era impossível não ter saído o resultado.
Muito contrariada procurei nas Páginas Amarelas o telefone e achei o setor FUNCI.
Quando liguei a moça que me atendeu falou “só agora que você teve curiosidade de saber se passou? Passou sim, em 636º lugar”.
Quase morri de tristeza. Não demorou uma semana e fui chamada para fazer exames médicos.
Assim que ficou tudo ok, logo em seguida tive gripe emocional com quase 40º de febre.
Até que fui chamada para tomar posse.
Falei para a minha mãe que eu iria me matar e ela respondeu que tudo bem, desde que eu morresse como funcionária do BB.
Já falei para vocês que eu sou extremamente dramática? Se hoje ainda sou assim, imaginem com 20 anos, rsrsrs.
Bom saí de um emprego ganhando Cr$ 1.756,80 que eu amava para ganhar Cr$ 900,00 e alguma coisa.
A minha sorte é que tomei posse em setembro de 1974, mês do dissídio dos bancários, e o meu salário foi Cr$ 1.233,00, uma perda menor.
Menos de uma semana já estava perfeitamente entrosada com os meus colegas de trabalho.
E o MEB? Foi transferido para Brasília em 1975 ou 1976.
Obrigada Vovô Camilo.
