29 de março de 2024
Colunistas Vera Vaia

Morrendo de Rir!

A coisa mais imbecil da semana, pelo menos para mim, foi a entrevista do rachadeiro Flávio Bolsonaro, logo após o relatório da CPI ter sido apresentado.

Jornalistas perguntaram como seu pai receberia a notícia do indiciamento por nove crimes cometidos durante a pandemia. O tantã, mais nervoso que membro de torcida organizada em dia de clássicos rivais desde criancinhas, se irritou e provavelmente, com a pressão arterial passando dos vinte, respondeu: “Você conhece a gargalhada dele hahahahahaha?

Não temos que fazer diferente disso. É uma piada de muito mau gosto que o senador Renan Calheiros faz. É um relatório inconstitucional. Não há nada que se aproveite. E ele prestou um grande desserviço à Nação”. De mau gosto foi essa reação, cara! Só um idiota completo daria uma gargalhada assim diante de uma situação como essa. Bom, pensando bem…

Em seguida teve outro chilique quando um repórter perguntou sobre a propina que estava rolando na compra da Covaxin.

Nessa hora Flávio subiu nas tamancas e, aos berros, questionava o perguntador: teve compra de vacina? Teve compra de vacina? Teve compra de vacina?

E ficou repetindo isso como se o fato de não ter acontecido a compra justamente por ter sido denunciada, transformasse os envolvidos todos em santos. É como se o bandido arrombasse a porta de um estabelecimento para roubar mas tocasse o alarme, e ele tivesse de sair correndo sem levar nada. Não deixou de ser bandido por isso. Só deixou de levar o dele por puro azar. (No caso das vacinas o alarme atende pelo nome de Luís Miranda).

Deu ruim, Flávio. Por isso a transação não ocorreu. Mas você sabe bem disso. Assim como sabe (não vou dizer que tem a consciência porque parece que esse item não foi adquirido pela família Bolsonaro) de que a conta dessas mais de 600 mil cruzes fincadas na terra vão cair sim nas costas do irresponsável que desdenhou da doença, que quis tratar a “gripezinha” com balinhas cloroquinadas, que fez piada dos pacientes que estavam morrendo de falta de ar, do insano que comanda esse navio, já à deriva indo acelerado de encontro a um grande iceberg.

Não se sabe ainda onde vai parar o encaminhamento dessas acusações contra o presidente, ministros, ex-ministros et caterva. Dizem as más línguas que vai estacionar na PGR (depois de tanto trabalho dos senadores isso não pode acontecer, aras bolas, ops, oras bolas!) mas senadores afirmam que estão se garantindo para que o relatório não acabe na pizzaria.

Afinal a Justiça é cega, e ela tem de fazer seu papel, doa a quem doer (me lembrei de um outro imbecil).

E falando em cega e imbecil me lembrei de mais uma que joga nesse time. Tratada carinhosamente no Twitter como “a burra do vôlei”, Ana Paula Henkel, pitaqueira da isentíssima (sqn) Jovem Pan, deu um foraço semana passada, que deixou seu entrevistado sem palavras.

Totalmente contra a vacina e o uso de máscaras, pergunta: doutor, como ficam os CEGOS que fazem leitura labial quando a outra pessoa está usando máscara? Se ele fosse dar uma resposta à altura da pergunta, diria que além de eles poderem escutar através das máscaras, se fizessem leitura labial estariam curados, né orêia?

No mais a semana transcorreu tranquila.

Uma pequena avaria no Posto Ipiranga que perdeu quatro frentistas de uma só vez, mas sem pânico.

O agora ex-chefe deles já encomendou uma bicicleta na lojinha do Centrão pra poder pedalar à vontade, como se diz na linguagem popular. Mas ele prefere chamar essas pedaladas de waiver (pedido de perdão por não cumprir uma meta).

Coisa de gente chique, dessas que abrem “fichor” em paraísos fiscais, sacumé?

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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