25 de abril de 2024
Vera Vaia

Minha cela, minha vida!


Oba! O Governo Federal está disponibilizando 1,2 bilhão para a construção de cinco cadeias novinhas em folha e mais 430 milhões para obras adicionais (Oi?)
Aí tudo vai melhorar. Os presos que hoje se sentem injuriados pelas péssimas condições dos alojamentos em que vivem, não vão ter do que reclamar, e portanto, não vão precisar mais matar outros presos pra ficarem com a vaga deles. E com mais espaços, as facções ficam separadas, e assim, podem “trabalhar” livremente, sem interferências, sem revanchismo.
E, quem sabe, com um financiamento da Caixa Econômica, eles não possam comprar seu próprio espaço como fazem os trabalhadores que se endividam até o pescoço pra ter uma casinha pra chamar de sua. Uma cela com TV, frigobar, ar condicionado e uma faxineira duas vezes por semana pra deixar tudo limpinho, já que eles não têm tempo pra isso. Comandar o tráfico de dentro de uma cadeia exige muito deles. Pensam que é fácil passar o dia no celular, organizando os pontos de venda, cuidando do transporte da droga em navios, e mandando matar quem não colabora?
Ironias à parte, vamos voltar à construção dos presídios.
Em tempos de crise, no lugar de construir, podia se pensar em reformar os presídios já existentes e estudar o remanejamento para outros que estão praticamente ociosos (curiosamente os de Brasília, que deveriam estar lotados, têm vagas).
Outra saída, seria adaptar os milionários estádios da Copa, construídos no meio do nada, em estados que nem time de futebol têm. Aliás, não era essa a proposta da dona Dilma? Transformar estádios em cadeias?  Mas parece que esses elefantes brancos, só serviram mesmo para encher os bolsos das empreiteiras e dos políticos corruptos.
Cá entre nós, esse dinheiro não seria melhor empregado na construção de hospitais, já que a falta de leitos tem matado muito mais do que presos amotinados?
Construir mais presídios nesse momento, é meio que enxugar gelo. A criminalidade só tem aumentado e logo esses também serão insuficientes.
A não ser que o país ponha em pratica a teoria do Juiz Luís Carlos Valois, (acusado de ter ligação com a FDN) do Amazonas: “se a gente parasse de prender as pessoas, daqui a 50 anos,  teríamos menos crimes. Qualquer coisa é melhor que a prisão, até não punir o cara”.
Mas não é que no meio de uma enorme crise carcerária, surge o gênio da lâmpada?
De certo modo esse senhor juiz está certo. Se não prendermos mais ninguém daqui pra frente, em 50 anos o crime certamente vai diminuir pelo simples fato de não sobrar mais ninguém para morrer.
Outra saída foi encontrada pelo Secretário Nacional da Juventude, Bruno Júlio que em boquirrotada nacional, disse que morreram poucos presos e que deveria ter um motim desses por dia pra acabar de vez com eles.
É claro que os Direitos Humanos e o senhor Politicamente Correto não nos permitem concordar com tal declaração, mas as famílias das vítimas desses assassinos e estupradores devem estar aplaudindo o moço até agora.
O fato é que, com cadeias novas ou não, esses presidiários vão continuar no crime porque, atualmente é a “profissão” mais rendosa do país, para eles e para os que deveriam estar tomando conta deles, mas que viram aí uma bela fonte de uma renda extra. E o que é melhor, totalmente livre de impostos.
Aqui, o crime compensa!

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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