“Quero agradecer à Antártica pelas Brahmas que mandou de graça pelo nosso aniversário.” (Vicente Matheus)
Em visita ao Chile, semana passada, o nosso presidente cometeu uma gafe bem ao estilo do autor da frase acima, o folclórico Vicente Matheus, que dirigiu o Sport Clube Corinthians Paulista durante 18 anos. E foram 18 anos de gafes inesquecíveis, devidas talvez ao fato de não dominar a língua (ele era espanhol), ou porque teve uma “infantilidade muito difícil”, sem acesso aos estudos.
Durante um almoço servido no Palácio de La Moneda para 120 convidados, Bolsonaro se esqueceu de que estava no Chile e agradeceu ao “povo venezuelano”.
Na mesma semana, outra bola fora do presidente durante uma de suas “lives” – programa que ele resolveu lançar no ar todas as quintas, às 19 horas, onde aparece falando ao vivo e de improviso. (E é aí que mora o perigo.) Mesmo lendo uma saudação aos portadores da Síndrome de Down, Bolsonaro erra e diz Síndrome de Drown (afogar, em inglês).
O general Augusto Heleno, que estava ao seu lado, teve de sussurrar ao seu ouvido que era Down. Do outro lado da tela, Dilma se virava no túmulo com medo de perder o trono.
Lapsos acontecem, é verdade, mas parece que isso é uma constante no dia-a-dia do nosso presidente. A impressão que se tem é de que ele não tem empenho em nada do que faz. Faz tudo “à la Carlona”, diriam os italianos – expressão usada para qualificar uma pessoa que não se esmera em fazer bem feito o que tem de ser feito.
Isso chega a gerar uma certa desconfiança nas pessoas. Alguns acham que o personagem ainda não assumiu sua posição no palco e que não está nem aí para a plateia!
Na “cuestão” da reforma de Previdência, parece que o presidente não está muito empenhado em que ela aconteça, já que em seus 28 como deputado sempre votou contra todos os projetos de reformas apresentados pelos seus antecessores.
Teria mudado de ideia agora ou seria só pra cumprir uma promessa de campanha?, perguntam jornalistas, analistas políticos e xeretas de plantão.
O pouco empenho em trabalhar as bases e as brigas infantis com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, levam alguns analistas a acreditarem que a intenção de Bolsonaro é a de jogar a culpa no Bolinha França, e assim lavar suas mãos, caso a proposta não seja votada.
A conversa do “não vai ter toma-la-dá-ca” não está colando. Ele, que já passou quase 30 anos como parlamentar, deveria saber que nem tudo que se pede em troca é corrupção. Tem deputado que vê nessas horas a chance de levar benefícios para o Estado que o elegeu. Claro que tem também aquele que pede emprego pro pai, pra mãe, pro tio, pro cachorrinho, pro papagaio, mas isso seria muito fácil de resolver. É só dar nomes aos bois para que o eleitor saiba quem, de fato, está atravancando o crescimento da nação. Simples assim!
Então, senhor presidente, se o senhor quer mesmo que o Brasil ande pra frente, mãos à obra. Afinal, como diria o sábio Vicente Matheus, “quem está na chuva é pra se queimar”!
Nós aqui continuamos esperando que sua “gestação” como presidente comece a dar sinais de vida. Vá em frente, “haja o que hajar”!
Ah, e desencana essa de achar que comemorar o 31 de março de 64 vai “agradar a gregos e napolitanos” porque não vai. Nem mesmo os troianos estão à vontade com isso!
Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.