29 de março de 2024
Vera Vaia

Frases!


“Quando a pasta de dente sai do dentifrício, ela dificilmente volta pro dentifrício”.
Essa pérola expelida pela ex-presidenta Dilma Rousseff, teria fundamento se tivesse sido corretamente articulada.
Tem relação com um provérbio chinês que diz que tem três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
Sábio provérbio. Se alguns pensassem antes de lançar flechadas orais, não teriam de correr atrás do prejuízo depois.
Isso já aconteceu com o José Dirceu, e mais recentemente com o William Waack e com a Presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, por frases ditas, que poderiam não ter sido ditas.
O William Waack, execrado pela pela frase “é coisa de preto”, essa semana deu uma entrevista à Folha, pedindo desculpas, admitindo que falou besteira, e reafirmando que não é e que nunca foi racista. Os colegas de trabalho confirmam isso. (Só pra lembrar, seu padrasto, Oliveiros Ferreira, falecido recentemente, era de origem negra)
O repórter até tentou ligar sua frase infeliz ao momento, já que ele estava em Washington, cidade de maioria negra, falando da Hillary Clinton apoiada pelo então presidente Barack Obama.
Waack não surfou nessa onda e disse que não se lembrava de como tinha acontecido. “Sou muito correto, não vou te falar do que não me lembro”. Classificou isso como uma piada sussurrada, sem intenção de ofender ninguém.
No caso Gleisi Hoffman, a “piada” não foi sussurrada, mas jogada no ventilador, e sua frase de ameaça explícita “pra prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que MATAR gente”, soou como incitação à violência.
Depois da repercussão, voltou atrás e disse que era força de expressão. Força de expressão? O que será então que ela queria dizer com aquilo?
Isso lembra o discurso do “cumpanheiro” Zedirceu, que subiu num palanque em 2002 e ditou a regra: “eles têm que apanhar nas urnas e nas ruas”. Dois dias depois, o governador Mário Covas, já doente de câncer, foi covardemente agredido por militantes petistas.
Palavras pronunciadas por mera gracinha, por ímpeto ou por mau caratismo mesmo, jamais vão “voltar ao dentifrício”, e por isso é possível mensurar os danos causados por elas. Uns materiais, outros só morais.
José Dirceu conseguiu seu intento, mas não admitiu ter dito o que disse, apesar das gravações! (Típico do seu caráter. Ou da falta dele)
William Waack perdeu o emprego na Globo, mas ainda assim teve a dignidade de pedir desculpas em público, por sua piada infeliz.
Gleisi Hoffmann tentou sair pela tangente, mesmo sem correr o risco de perder o emprego, porque parece que falar bobagem é quesito para ocupar o cargo de Presidente Nacional do PT (está aí o Rui Falcão, que não me deixa mentir), e nem cogitou em se desculpar. Talvez porque ela ainda esteja procurando por aí, a tal dignidade!

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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