3 de dezembro de 2024
Vera Vaia

Boquirrotices!


Não houve ditadura militar no Brasil”! (Jair Bolsonaro).
“O nazismo foi um movimento de esquerda”! (Ernesto Araújo).
“Quero que eles se explodam”! (Flávio Bolsonaro).
“Mulheres têm tara por policiais”! (Wilson Damázio).
As frases ditas acima causaram forte impacto nas redes sociais durante a semana, e ainda estão dando o que falar.
“Não Houve Ditadura Militar no Brasil”!
O presidente Jair Bolsonaro defendeu várias vezes em entrevistas que não houve ditadura militar no país, como que justificando a nota que mandou soltar, sugerindo que se comemorasse o 31/03/64 nos quartéis. Ele alega que os militares livraram o país do comunismo e que atenderam ao anseio do povo. Limitou-se a dizer que o regime teve “probleminhas”.
Foi essa a expressão que usou para passar paninho quente nos 21 anos de repressão, em que a liberdade de expressão nos meios de comunicação, no meio musical, literário e até nas conversas de bar foi totalmente tolhida. Também não mencionou que, nesse período, quase 450 pessoas foram mortas ou consideradas desaparecidas, nem que seu ídolo, o coronel Brilhante Ustra, fez do DOI-CODI seu parquinho de diversões.
Um pouco de respeito aos que sofreram durante esse período e, sobretudo, um profundo respeito à história, cairiam bem, senhor presidente!
“O Nazismo foi Um Movimento de Esquerda”!
Além de concordar com o presidente de que não teve ditadura no Brasil, o ministro das Relações Exteriores, “com a boca escancarada, cheia de dentes…” (citação de seu discurso de posse quando parafraseou a música “Ouro de Tolo” de Raul Seixas), disse que nazismo e fascismo são resultados de “fenômenos de esquerda”.
A afirmação provocou enorme espanto na mídia, pelo despreparo e pela total ignorância da história, por parte do senhor ministro. Não é pra menos, né? Isso não se faz, Arnesto!
“Quero que Vocês se Explodam”!
Flávio Bolsonaro confirmou seu DNA, numa postagem no Twitter (depois apagada), com a frase acima. Ele ficou puto com o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, por criticar medidas anunciadas por Bolsonaro em Israel.
Diplomacia aí passou longe (se esqueceu de que o Brasil mantém relações amistosas e de comércio com a Palestina), e quando foi avisado pra não cutucar a onça com vara curta, restou ao senador ir bater a cabeça no Muro das Lamentações.
“Mulheres Têm Tara por Policiais”!
Wilson Damázio, que tinha sido contratado por Sérgio Moro como conselheiro do Ministério da Justiça, cargo esse que primeiramente seria ocupado pela ativista Ilona Szabó (tio Jair vetou), já foi pro espaço por causa de suas declarações no mínimo inconvenientes, pra não dizer indecentes.
Ele disse em entrevista, entre outras barbaridades, o seguinte: “…eu sou um policial feio pra c…a gente ia pra floresta (sertão), pra esses lugares. Quando chegávamos lá, colocávamos o colete, as meninas ficavam tudo sassaricadas (…) pra ela é o máximo estar dando pra um policial. Dentro da viatura, então, o fetiche vai lá em cima, é coisa de doido”!
A gente começa ver essas maluquices daqui e as de fora, como a do sultão de Brunei (sudeste asiático), que decretou que os homossexuais sejam apedrejados até a morte, mais as notícias diárias sobre homicídios, feminicídios, infanticídios e até de “linguicídios” (tá certo que cônjuge é uma palavra feia pra cacete e só serve pra atrapalhar ainda mais quem tem dúvidas quanto ao uso do gê e do jota, mas CONGE, seu Moro, aí já é demais!), dá um desânimo com a humanidade e até se chega a pensar se já não está na hora de dar uma repaginada neste mundo.
Se o Senhor também estiver pensando nisso, Gódi, desta vez sugira ao Noé que não coloque representantes da espécie humana na arca. Já vimos que não dá muito certo!

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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