29 de março de 2024
Colunistas Vera Vaia

Micos do Mitômano!

Se tem um presidente que gosta de pagar mico e de mentir, é sem dúvida o nosso.

Só que no começo desta semana ele não só pagou um mico internacional como cometeu um crime nacional, contando um monte de mentiras para os chefes de missão diplomática de vários países que conseguiu reunir no Palácio da Planalto.

Sob pretexto de nada (a ideia da reunião partiu de sua própria cabeça conturbada), mandou expedir convites para embaixadores de mais de 50 países. Desses, pelo menos 40 compareceram à reunião e, certamente, não teriam ido se soubessem de antemão que estariam indo lá bater bumbo pra maluco dançar.

Foi um constrangimento do começo ao fim. Nosso Napoleão de hospício desandou a falar sobre os “perigos” que a urna eletrônica oferece e aproveitou para descer o cacete no Tribunal Superior Eleitoral. Citou hackers, citou inquéritos, citou fraudes, tudo devidamente desmentido pelas autoridades e pela imprensa.

Agora, que pegou mal lá fora – e aqui dentro também -, pegou. No dia seguinte, jornais do mundo inteiro destacaram que o Brasil tinha um presidente que falava mal do Brasil.

Que colocava em dúvida o sistema de voto eletrônico que funciona desde mil novecentos e bolinha, sem nunca ter dado problemas.

Que armou esse circo todo para tentar justificar sua possível derrota nas eleições de outubro próximo, ou, pior, que poderia estar articulando um golpe com o apoio que ele acha que tem das Forças Armadas. (Somando todos os apoiadores, a tropa dele estaria mais pra o Incrível Exército de Brancaleone, de acordo com declarações de militares de altas patentes que juram de pés juntos que não entram nessa nem que a vaca tussa, apesar de o gado bolsonarista estar mugindo alto para que isso aconteça).

No resumo da ópera, o que Jair Bolsonaro ganhou com essa patacoada toda, além de bancar o idiota diante do mundo? Segundo ministros de tribunais superiores, o presidente estaria “forçando” a Justiça Eleitoral a cassar seu registro de candidato à reeleição.

Tem sentido. Com a possibilidade de uma derrota, como apontam as pesquisas, cutuca as autoridades com vara curta, provocando a cassação do registro para que saia por cima da carne seca e que ainda possa desempenhar o papel de “grande vítima” do sistema.

Seu ego não permitiria que entrasse para história como um derrotado nas urnas só porque é considerado por grande parte dos eleitores um declarado machista, misógino, homofóbico, pavio curto, corrupto, acobertador de falcatruas familiares, adorador de torturador, incompetente, e atualmente eleito como o presidente mais vagabundo de todos os tempos. Trabalha menos de cinco horas por dia, segundo estudo.

Por outro lado, ele sabe que, se não ganhar, pode ir preso e, com ele, toda a sua família. Mas talvez não se importe, já que prega a “Família Acima de Tudo”. Deve até estar pensando em um modesto bangalô em Bangu para rachar com os parentes.

Considerando que talvez ele consiga ter seu registro cassado, será que podemos começar a ter um fio de esperança de que esse cenário tenebroso das eleições, possa dar uma guinada?

Se Bolsonaro não se candidata, Lula não ganha as eleições. (O contrário também não aconteceria, levando em conta que cada um deles têm, no máximo, 30% de eleitores raiz, conforme apontam os cientistas políticos).

Já que sonhar ainda é permitido vou apostar num Chapolin Colorado para nos defender.

Vai que, né?

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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