“LIBERDADE ACABOU! Vacina OBRIGATÓRIA para TODOS os 45 milhões de Paulistas! Além de nos ameaçar, como se ele fosse o dono de um bando de cães, esse cara quer vacinar na marra crianças e bebês! SEUS FILHOS E NETOS! Na marra! ARROGANTE!”
A gente nem devia estar perdendo tempo em comentar essa postagem do “falecido” ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre a polêmica mais imbecil dos últimos tempos, que envolve a obrigatoriedade da vacina contra o coronavírus e a briga política entre um presidente chucro e um governador de Estado que assumiu a pole position na corrida por ela.
Mas parece que ainda tem gente achando que “obrigatoriedade” quer dizer que ela, a pessoa, será carregada pelazoreia até um posto de saúde e, em lá chegando, crau!
Bota a cachola pra funcionar, gente!
Obrigatoriedade significa que a vacina tá lá e se você qué, qué, se num qué tem quem qué, mas que, sem ela, não vai poder fazer um monte de coisas, assim como já acontece com outras vacinas. As escolas não exigem a carteira de vacinação do aluno em dia? Então! Qual o problema de inserir mais uma? Algumas empresas e aeroportos também já não fazem essa exigência? Então! Toma logo e não enche o saco!
Porém, mais importante que obrigatoriedade é ainda o bom senso. Se o mundo está se contaminando com uma porcaria de um vírus e se tem milhões de pessoas morrendo em consequência dele, qual a vantagem de não se tomar a vacina? Alguém desenha pra mim, porque ainda não entendi.
E por falar em tomar, o senador Chico Rodrigues continua se enrolando na tentativa de explicar como quase vinte mil reais foram parar no seu orifício anal.
Primeiro ele disse que esse dinheiro era para pagar funcionários. Caramba, seu Chico! O que eles fizeram pra receber esse dinheiro cagado? Depois disse que esconder essa grana no fiofó foi um “ato imprensado”, digo, “impensado”, uma reação de susto ao ver a polícia na sua casa. Ahn? Alguém aqui já ouviu falar que uma pessoa assustada pensa em enfiar coisas no rabo?
Se declarando deprimido (deve ser depressão pós-parto) e com a coisa ficando suja pro seu lado — apesar do apoio de alguns correligionários que acharam super normal enfiar lobos-guará na toca —, resolveu pedir licença do cargo de Senador e consequentemente, do cargo de integrante da Comissão de Ética do Senado. Dá pra acreditar que essa pessoa estava ali para julgar possíveis atos ilícitos de colegas?
Acontece que no lugar dele fica o suplente que, por coincidência, é seu filho.
E lá vai a pergunta que não quer calar: vai mudar o quê? O tamanho da cueca?
E por falar em ética, ao que parece seu Jair saiu da fila que distribuía esse item antes de chegar sua vez.
Desde que o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta largou esse osso duro de roer, Bolsonaro resolveu brincar com o general Eduardo Pazuello, induzindo-o a crer que ele seria o poderoso ministro que combateria a pandemia com tiros de canhão.
Pazuello topou a brincadeira. Passou um tempo como interino incorporando o personagem Barbooooosa do Ney Latorraca. O presidente mandando tomar cloroquina e ele repetindo cloroquiiiina! Agora vamos de invermectina e ele lá firme, invermectiiiina. Depois chegou a vez da nitazoxanida. E lá vai o Barbosa repetir nitazoxiniiiida.
No único momento em que tomou uma atitude por si só, se comprometendo com o governo de São Paulo a comprar a vacina chinesa que será fabricada pelo Instituto Butantã, o ministro foi desautorizado em público pelo presidente Jair Bolsonaro: “Ninguém vai comprar vacina chinesa. Eu sou o presidente e aqui mando eu!”.
(Fiquei esperando por um “Heil Bozo!” após essa fala, por parte dos adoradores de mitos.)
Pazuello, então, enfiou a viola no saco e foi curtir quarentena em casa alegando estar com Covid-19.
Do jeito que a coisa vai, o próximo ministro da Saúde poderá ser uma das emas que habitam o gramado do Palácio da Alvorada.
Aguardemos! E oremos!
Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.