19 de abril de 2024
Colunistas Vera Vaia

Esconde-esconde

Da forma como a coisa tá ficando pro lado de certos convocados da CPI, os melhores hospitais do país vão acabar tendo de ampliar suas instalações para receber tantos pacientes com o recente surto da Síndrome de Cagaço Aguda.  

O advogado Marcos Tolentino, que nega ser sócio da empresa que tem nome de banco mas que não é banco (Fib Bank), responsável pela carta-fiança à Precisa, aquela metida na negociata da Covaxin, preferiu se internar num hospital a ter de dar explicações à CPI nesta quarta-feira. Sob a alegação de “formigamento”, deu entrada no Sírio Libanês por volta das 15h da quarta-feira. Não sabemos que tipo de tratamento recebeu, mas o fato é que à noite, todo pimpão, aparentemente já sem a companhia das formigas, estava dando entrevista para o jornalista Cláudio Dantas de O Antagonista.

Diante de tão rápida recuperação, ficou claro para o presidente da Comissão de Inquérito, para os senadores presentes e para a população que acompanha os trabalhos da CPI com saco de pipoca na mão, que o convidado estava querendo brincar de esconde-esconde. Inconformado com a rasteira, Omar Aziz ligou para o renomado hospital e pediu explicações.

Elas vieram no dia seguinte em forma de boletim médico, com a assinatura do diretor do Sírio Libanês. Aziz procedeu à leitura e arrancou risos da plateia.

Entre outras coisas o documento enviado dizia que o paciente se encontrava no aguardo de avaliações das equipes institucionais do hospital nas especialidades de clínica geral, cirurgia geral e psiquiatria e que apresentava um quadro de hipopotassemia (pelo nome, deve ser doença de bicho grande).

Aziz reclamou de a nota ter sido escrita em mediquês e se indignou com as avaliações indicadas para o enformigado. Por que alguém “com coceira” tem de ser avaliado por um psiquiatra?, ironizou.

O boletim médico também apontava “fezes escurecidas” como agravante do estado de saúde do cagão, digo, do Toletinho, digo, do Tolentino (mais risos da plateia). Renan Calheiros não deixou barato e mais tarde postou no Twitter: “Tolentino, suspeito de ser chefe da máfia e dono do Fib Bank, tenta escapulir da CPI alegando a cor das suas fezes. Nunca se viu uma coisa dessas”.  

Outro que aderiu à brincadeira de esconde-esconde foi o lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Faria. Ele também deveria ser ouvido na sessão de quarta-feira da CPI, mas “passou mal” e foi para o hospital reclamando de dor pélvica. (Se isso for verdade, pode ter sido provocada pela Síndrome do Cupertado, que consiste no apertamento do orifício anal, e que comumente ocorre em casos de iminente exposição ao perigo, no caso, de ser preso).

Nem precisa dizer que o presidente da Comissão de Inquérito espumou diante de mais essa farsa. Garantiu que ele vai depor nem que seja de maca, e sob vara!

Falando nisso, quem não entrou na brincadeira do esconde-esconde foi o queridíssimo, brilhantíssimo, amadíssimo, cantor e performer Ney Matogrosso.

Esta semana deixou escapar uma foto no Instagram, mostrando que com ele está tudo em cima do lado de baixo do Equador.

É isso, Ney. Mostra que Homem com H não é aquele que vai se esconder no Sirio-Libanês.

Vamos mandar logo esse bando de Cachorro Vira-lata pra Kubanacan, e quem sabe, de quebra, a CPI consiga mandar também o Pavão Misterioso que está por trás de toda essa maracutaia.

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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