Enólogos e Agrônomos são os profissionais mais respeitados quando se trata da produção de um vinho ou, se preferirem, do cultivo de uvas para vinificação.
Por melhores que sejam, vinhos não se vendem sozinhos. Para que esta mágica aconteça, outros profissionais são envolvidos na busca que engloba desde o melhor design da garrafa, passa pela escolha da rolha ou de um sistema de fechamento ideal, até o projeto gráfico do rótulo, que vai formar a primeira impressão para o comprador.
Cada país tem uma legislação própria sobre o que deve constar no rótulo ou contrarrótulo. Pesquisas recentes já estão mostrando que o consumidor final está mais atento e preocupado com estas informações a ponto de influir na decisão final dos produtores.
Qualquer enófilo conhece os principais dizeres que sempre devem estar nos rótulos: safra, castas, teor alcoólico, país ou região produtora, além do nome e a indicação da vinícola.
Com isto e um pouco de conhecimento básico, já somos capazes de selecionar os vinhos que nos interessam.
Um passo mais elaborado seria procurar por alguma indicação sobre os processos utilizados, tipicamente se passou por madeira ou não, ou ainda algum detalhe um pouco mais técnico, como o tipo de maceração e fermentação, o que quase sempre só consta da ficha técnica. Talvez isto esteja mudando, para melhor.
Os profissionais de marketing envolvidos nesta área estão descobrindo novos caminhos para aumentar o volume de vendas de um determinado vinho. Pesquisas realizadas por consagradas universidades, em vários países produtores, mostram que outras informações estão se tornando necessárias, e que a linguagem ou a forma como as descrições das propriedades do produto são apresentados, podem mudar significativamente a decisão entre comprar ou não um vinho.
O novo rótulo que se desenha no horizonte poderá conter avisos sobre a presença de alérgenos, informações nutricionais, dados sobre os tipos de microrganismos que foram utilizados e uma descrição dos ingredientes mais detalhada que ‘mosto de uvas europeias’.
Este último item tem raízes curiosas. Os vinhos do Novo Mundo, principalmente por sua tendência de se apresentarem como varietais, sempre especificaram a uva ou uvas com as quais foram vinificados. Já no Velho Mundo, a região é mais enfatizada do que a casta, como se todos soubessem que, naquele lugar, só se produz vinho com castas predeterminadas e conhecidas por todos.
Um bom exemplo é o Chianti, ícone entre os vinhos italianos. Sangiovese é sua principal uva, mas pode conter Canaiolo, Colorino e até as brancas Malvásia e Trebbiano. Não consta dos rótulos, mas o consumidor deveria saber…
A descoberta mais curiosa nesta área de marketing é sobre a linguagem utilizada nas descrições que constam nos rótulos. Um recente estudo da Universidade de Adelaide na Austrália, demonstrou que o comprador é fortemente influenciado por emoções. Assim, uma redação com enfoque emocional, sobre as qualidades do vinho, pode ser decisiva.
“Sabores madeirados com um toque de baunilha”, começa a ter outro sentido. Vinho, afinal, é emoção pura.
Saúde e grandes emoções, então!
Vinho da Semana: um trio para não deixar ninguém indiferente
Leves, redondos, jovens e frutados. O espanhol Abadia de Roble Tempranillo 2015, o chileno Orquestra Cabernet Sauvignon 2015 e o português Cancellus, típico corte da região do Douro, são vinhos agradáveis e fáceis de beber. Perfeitos para o dia-a-dia.
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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.