Meu primeiro escritório foi na Av. Faria Lima, 1664 – sala 312. A Assessoria de Imprensa e Comunicação que iniciei dei o nome de Photo Fashion, com o logo de Italo Cencini.
0 3o andar era o mais badalado, cujos vizinhos eram executivos famosos, desde a Beatriz Monteiro de Carvalho, Alessandro Roig, e o Mozarteum Brasileiro da Sabine Lovatelli entre outros.
Foi através do Mozarteum da Sabine – minha vizinha de porta – que conheci quase todas as melhores orquestras internacionais sinfônicas e filarmônicas que traziam para o Brasil.
Apresentavam concertos deslumbrantes. Orquestra da Scalla de Milão com regência de Ricardo Mutti, Filarmônica de NY com Zubin Mehta, de Orquestra de Boston com o Seiji Osawa, Claudio Abado, entre tantos outros regentes internacionais.
Eu sempre ganhava os melhores ingressos na plateia e, às vezes sobravam mais de 10 convites que me davam. Sobravam…
Muitos amigos usufruíram desses convites e eu ficava muito feliz em poder trazer a eles a beleza que eram essas orquestras.
Um dia o Bank Boston trouxe a Orquestra de Boston com o Seiji Osawa, e eu não conseguia esses ingressos. Eram somente para convidados do Banco.

Resolvi, no final da tarde, dar uma caminhada no Parque Ibirapuera. Quando acabei meus exercícios, pensei…
– Já sei. Irei no Anhangabaú onde terá um telão para quem quisesse participar desse evento. Fui do jeito que estava, roupa esportiva, camiseta, tênis e rabo de cavalo. Fui de metrô.
Quando cheguei lá, vi desde os garis, funcionários daquela região, e muitos pipoqueiros, vendedores ambulantes, gente muito simples.
Fui comprar pipoca e acabei ganhando do pipoqueiro. Sentei no chão e, ao lado desse público simples e trabalhador, não se ouvia uma palavra. Olhavam para o telão e ouviam a beleza da orquestra sem piscar.
De onde se conclui que ensinando tudo dá certo. Foi uma das melhores orquestras e os melhor público, silencioso, atentos e olhos que brilhavam! Lindo de ver!

Jornalista… amo publicar colunas sobre meu dia a dia…
