13 de outubro de 2024
Yvonne Dimanche

Salada de frutas


Amiga Ivete Sangalo. Sim, permita-me chamá-la de amiga. Eu quero pedir perdão a você. Sempre tive intolerância com funk, sertanojo e axé do tipo ê ô ê ô Salvadô. Coisas de coroa insuportável que sou. No entanto, todas as vezes que vi você em um programa de televisão sempre a achei simpática.
Ah sim, confesso ainda que não gosto da sua voz que parece que virou moda. A mulherada agora depois da fase empoderada e “vou dar porrada na cara dos homens” está cantando aos berros e colocando o pau na mesa no sentido figurado. Sou mais Gal Costa e sua doce voz. Eu sei que esse não é o seu caso, porque já tinha essa voz. Aliás tem.
Além disso, já não aguento mais ver você fazendo propaganda até de Viagra. Dá um tempo, você já está rica demais.
No entanto, devo admitir que fui ingrata com você. Depois do que tem aparecido nos últimos tempos, cheguei à conclusão de que você é quase uma Maria Callas. Juro que não estou sendo mordaz, juro mesmo, mas o nosso país está tão pequeno, tão ridículo, tão sem valores, tão Anitta, tão Pablo, tão Jojo, que eu parei para rever os meus valores. Continuo não gostando de axé, mas comecei a gostar de você.
Beijos da mais nova fã.
Sobre TV

Amigos, descobri que não tenho mais acesso à TV Globo e ao SBT. Como eu nunca assisto nada desses dois canais, não tinha reparado. Hoje me preparei toda para ver a apuração do desfile das escolas de samba e para a minha decepção não foi possível. Acabei dormindo, visto que ontem a noite foi de super insônia.
Talvez tenha sido melhor assim, pois mais uma vez a Beija-Flor ganhou o que me deixou um tanto contrariada e para piorar a Império Serrano desceu. Bom, eu já esperava por isso, porque está difícil a minha escola predileta e pobre competir com “Cirque de Soleil” e Disneyworld.
Enfim, eu devo me render aos novos tempos. Tá difícil, mas vou tentar. Sei que sou chata, mas não empedernida e o mundo não é mais aquele que conheci em tempos outros, mas a vida continua com novos valores.

Amigos, eu tive um verdadeiro pai que foi o meu chefinho especial: Seu Egon. Tive a sorte de estar ao lado dele em um período super legal, mas meio complicado, coisas de jovens meio dramáticas.
Eu posso creditar na conta dessa amizade pelo menos uns 20% daquilo que eu sou em todos os sentidos. Foi ele que me ensinou a escrever. Fora isso, um senhor super refinado, cultíssimo. Nossos papos sempre foram enriquecedores.
Certa vez uma colega perguntou para mim se era verdade que ele falava seis idiomas. Eu não me lembro mais quantos ele falava, mas eu, filhota orgulhosa, disse que sim. Só que nesse dia, não sei por qual motivo, ele chegou ao trabalho muito fulo da vida e eu caí na asneira de dizer para ele o papo que eu tinha acabado de ter. Disse ele:
“O que importa não é falar seis idiomas, o que importa é ter caráter”
Essa frase acabou virando um norte na minha vida e eu e o maridão dizíamos sempre isso quando havia alguma situação que merecesse.
Pois bem, hoje lembrei disso por causa de uma pessoa especial e eu quero dizer que o seu caráter sempre foi, é e será para sempre inabalável. Querida pessoa, você chorou hoje, mas não chorará amanhã. Hoje você foi prejudicada, mas isso vai passar. Quem foi desonesto chorará mais tarde.
Os amigos marcados não têm nada a ver com o assunto. Apenas foi para dividir um carinho meu com pessoas que igualmente amaram o Seu Egon.

O Boletim

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