Cresci em uma família em que os palavrões eram raros. Os mais ditos eram merda, diacho e muito raramente um filho da puta ou puta que o pariu.
Certas palavras eram proibidas como por exemplo buceta que até hoje eu acho pavorosa, não gosto. Na minha casa era xoxota que eu acho bonitinha. Cu então, NEM PENSAR. Era o máximo da degeneração humana.
Pênis era piu piu, “piru” ou pirulito quando criança. Bunda era bunda mesmo e nada de nádegas, mas só falávamos essa palavra em casa e não na rua. Na minha família ninguém mijava e sim urinava. Cocô era cocô mesmo e nada de fezes.
Até que uma parente gaúcha de um vizinho foi para o Rio e falou sacanagem. Como assim? Nenhuma moça de família falava essa palavra. Fiquei assustada e eu a considerei uma galinha. Sim, galinha era a palavra antes de ser criada a piranha.
Um dia, tendo uma crise de choro na casa de uma amiga que era a única que podia dormir com o namorado em casa (pai alemão, mãe belga, isso em meados dos anos 1970), eu ouvi a mãe dela dizer o seguinte: homem adora cheiro de porra, não a dele e sim a de outro.
Gente, eu com 21 anos de idade descobri que porra era esperma. Até então eu achava que era interjeição, rsrsrs.
Yvonne, eu não estou entendendo muito bem esse post quase escatológico. O que deu em você? Eu respondo: NADA. Só quis mostrar que o preconceito de hoje pode ser considerado ridículo amanhã. Moça de família da minha mocidade nunca mandou ninguém tomar no cu. Hoje em dia é a coisa mais comum do mundo, até mesmo de brincadeira.
Então amigos, antes de considerarem ofensivas certas coisas que vocês acreditam que sejam assim, tentem pensar diferente.