19 de abril de 2024
Yvonne Dimanche

Lembranças minhas do BB


Colegamigos do BB, me corrijam se eu estiver errada, mas vou escrever sobre o que eu me lembro.
– Em 1980 e alguma coisa surgiu o primeiro papo sobre privatizar o BB. O governo federal, na pessoa do ministro da fazenda cujo nome esqueci e que foi funcionário de carreira do banco, acabou com a conta movimento.
– Não deixou absolutamente nada para o banco. Nenhum tipo de captação de recursos, a não ser a poupança. O presidente Camilo Calazans, feroz defensor do banco, apelou para os funcionários e todos trabalharam feito loucos para vender caderneta de poupança. Conseguimos alcançar a meta. Chamam isso de corporativismo.
– Um tempo depois o BB começou a ter as mesmas vantagens dos bancos privados e o lado social começou a ser lentamente ignorado.
– E aí começou um verdadeiro terrorismo com o funcionalismo no governo do Collor. De quatro suicídios por ano, passamos a ter quatro por mês. Famílias de funcionários casados foram separadas, pais de crianças excepcionais que moravam em grandes centros foram transferidos para o interior do interior do Brasil. Enfim, problemas que me fizeram ter três licenças de saúde seguidas, um expressivo número de colegas tomando Lexotan e outras pequenas desgraças.
– A pá de cal veio com o FHC (eca). Bom, deixa pra lá. Agora voltou o papo sobre privatizar. O problema não é apenas a privatização, é muito maior. É saber que o banco está à mercê dos governos federais que fazem o que bem entendem, nomeiam diretores que mal sabem preencher um cheque e que precisam ter aulinhas particulares para saber a diferença entre débito e crédito.
– Essa cambada faz o que bem entende e depois culpam o próprio banco. Alguém acha que o BNDES emprestou dinheiro assim do nada?
– Não sei qual seria a solução, pois quem decide as regras de qualquer estatal é o governo federal, mas uma certa autonomia seria muito bem vinda. Transformaram as estatais em cabides de emprego com “otoridades” que fazem o que decide o presidente do país e depois culpam essas estatais.

O Boletim

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