– Minha bisavó paterna era bordadeira. Era tão boa que fez bordados para a realeza britânica no início do século passado.
– Minha avó paterna aprendeu o ofício e eu até hoje tenho duas bolsas que ela fez.
– Meu avô paterno era pintor e tenho quadros dele na minha casa. Meu irmão tem outros.
– Meu pai era tão bom que foi o maquetista do Oscar Niemeyer por um período, Há duas maquetes no Centro Cultural do Banco do Brasil que eu desconfio que foram feitas por ele, por causa do nome do local onde ele trabalhava antes de fazer as de Brasília.
Meu irmão já é um caso a parte. Tirando os bordados, já pintou quadros, fez uma falsa parede e um armário no meu apartamento do Flamengo, fora inúmeras maquetes quando criança com palitos de dente, de fósforo e qualquer outro material. Fez até uma raquete de tênis no colégio e tantas outras coisas que nem me lembro mais.
Enquanto eu sempre fui a sem jeito mandou lembranças com as minhas duas mãos esquerdas ou direitas, para não ofender os canhotos.
Eu não tenho inveja das gostosas (exceto Sophia Loren, rs), dos atores, dos cantores, dos cientistas, dos escritores, mas eu morro de inveja de quem olha um saco de supermercado e transforma aquilo em arte.
Muitos aqui vomitaram que não precisam de arte. Bom, eu preciso e MUITO. Eu preciso de todas as artes, pois sem elas eu não suportaria viver.
Colunistas
Yvonne Dimanche
Inveja, pura inveja. Orgulho, puro orgulho!
- Por O Boletim
- 25 de maio de 2020
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