Queridos leitores, me arrependo amargamente de ter demorado tanto tempo para curtir o Facebook. Lembro ainda que certa vez escrevi uma coluna aqui no Boletim detonando as redes sociais. Besteira minha ou talvez ranzinze de velha. Agora, eu adoro e sou superativa, pois gosto de trocar ideias, besteiras e tudo mais. No entanto, eu sinto uma imensa tristeza quando vejo a falta de cultura do nosso povo. Não estou me referindo aos clássicos russos, ao Ulysses de James Joyce, que eu não consegui passar da página 30 ou aos grandes filósofos gregos e sim a um pequeno conhecimento geral de alguma coisa. Dessa forma, vou dividir com vocês algumas das pérolas que li recentemente ou que tomei conhecimento por outros meios:
CHARLES CHAPLIN – Uma universitária de Comunicação Social pediu auxílio no Twitter. O grande “drama” dela é que o seu professor pediu para a turma fazer um trabalho sobre esse gênio. Ela foi à locadora, alugou dois DVDs e quando chegou em casa, ela se deu conta de que ambos estavam com defeito, já que eram em preto e branco e PASMEM, sem som. Ela queria a indicação de uma boa locadora. Pode?
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – Um amigo jornalista recebeu uma bronca de uma amiga que o contatou pelo WhatsApp e ele não respondeu. Ela aproveitou a chance e perguntou quem é o velhinho que aparece no perfil dele. O tal velhinho nada mais é do que aquela estátua conhecida no Brasil todo em que ele está sentado em um banco na Praia de Copacabana. Ninguém é obrigado a saber que existe essa estátua, mas é imperdoável uma CARIOCA, no 4º ano de Direito simplesmente ignorar isso.
SIMONE DE BEAUVOIR – Essa foi demais. Um amigo de uma grande amiga, mulher cultíssima e autora de quatro livros sobre a História do Brasil, criou um blog sobre essa escritora francesa e feminista. Lá é mencionada a data do seu falecimento. Tal blog tem a opção “CONTATO”, caso alguém tenha algo a criticar, elogiar ou simplesmente trocar informações. O dono da página já recebeu mensagens de duas “produtoras culturais” com o seguinte início: “Olá Simone, gostaria de saber se você estaria interessada em…”. Não dá.
CLARICE LISPECTOR – Certa vez algum gaiato bolou um texto onde essa grande escritora fazia um desabafo que teria saído na revista Veja detonando o péssimo hábito dos jovens de não mais conversarem entre si e sim somente através do celular. Vocês acreditam que a maior parte das pessoas escreveu alguma coisa concordando ou não com o que ela teria escrito?
UM GRANDE JORNALISTA DE SÃO PAULO – Não vou mencionar o nome desse jornalista que entende de futebol, porque não gosto de deixar registrado algo que possa denegrir a imagem de alguém. Pois bem, minha filha é jornalista de uma revista voltada para assuntos econômicos e entre um assunto chato e outro, tem matérias mais leves. Por ocasião da Copa, ela teria de entrevistar esse jornalista que foi extremamente grosseiro com ela e recusou o papo. Ela não se deu por vencida e entrevistou um outro da CBN super gente fina. Coincidentemente, um pouquinho depois li que ele (o bam-bam-bam) não tem mais a menor paciência de ser entrevistado por jornalistas jovens que fazem com que ele perca o seu tempo para responder perguntas imbecis. E eu que fiquei com raiva do cara, acabei concordando com ele. Só que a minha filha quando vai entrevistar alguém, ela estuda não só o assunto, como também a vida da pessoa. Pagou o justo pelo pecador.
ZUENIR VENTURA – Esse grande colunista, autor de livros e agora imortal escreveu o livro “’1968, o ano que não terminou”. Por esse motivo, ele virou uma espécie de profundo conhecedor de tudo que aconteceu naquele ano. O livro é gostoso, de fácil leitura e bastante esclarecedor. Ele já sabe que vez por outra vai aparecer alguém que vai perguntar alguma besteira, só que ele é paciente e não se aborrece. Não sei se eu continuaria sendo educada esse tempo todo.
Pois é queridos, o que não falta é besteira. E vocês têm alguma coisa interessante para contar? Caso não tenham, divirtam-se nesse final de semana com essa página sobre os erros de jornalistas. Quero deixar bem claro que não estou falando mal de jornalistas, mas um veículo de comunicação tem que ter bastante cuidado ao divulgar uma notícia.
Um lindo final de semana para todos e até o próximo Boletim.
coluna publicada em 28/11/2014