28 de março de 2024
Turismo

Bruxelas, uma viagem inesquecível – Parte 1

Bruxelas, capital da Bélgica, muitas vezes é negligenciada na hora de se preparar um roteiro pela Europa.

Mas a cidade oferece muitos atrativos bacanas ao visitante. Para começar, a Bélgica possui localização privilegiada, por fazer divisa com Holanda, Alemanha, Luxemburgo e França. Então é muito fácil incluir Bruxelas num roteiro e ainda, por exemplo, incluir Brugges, uma joia belga de brilho intenso.

Bruxelas é linda em qualquer época do ano, mas no outono fica ainda mais bonita. E, foi justamente essa viagem que fiz no outono que foi inesquecível.

Acho o outono é a melhor época para viajar. Parc Léopold, ao lado do Parlamento Europeu, em Bruxelas. Muito lindo! (Fonte: Mônica Sayão)

O que fazer em Bruxelas? Vamos lá.

1 – Grand Place:

É a grande estrela da cidade. Não é para menos, é deslumbrante! Localizada no coração da cidade antiga, é uma unanimidade. Alguns dizem ser ela a praça mais bonita do mundo, eu inclusive. Mas opiniões à parte, ela já existia no século XI, como praça de mercado ao ar livre. No século XV foi erguida a Prefeitura, que continua lá, imponente e arrebatadora. A praça é ladeada por outras construções extraordinárias, a maioria construída do início do século XVII. Outro destaque é a Casa do Rei, em frente à Prefeitura, em estilo neogótico, que abriga o Museu da Cidade de Bruxelas.

A bela Grand Place com a Casa do Rei em destaque. A árvore de Natal já estava lá, mas só foi inaugurada à noite. Ver fotos seguintes. (Fonte: Mônica Sayão)

Há outro museu na Grand Place, que é o Museu da Cerveja. Em um país com enorme tradição na produção da bebida, é uma visita bem interessante porque conta a história sobre a cerveja, e pela possibilidade de degustar vários rótulos no café do museu.

Detalhe de uma fachada da Grand Place. Ano: 1698. (Fonte: Mônica Sayão)
Mais um detalhe de fachada Grand Place. (Fonte: Mônica Sayão)

Há um evento super tradicional na Grand Place que é o Tapete de Flores de Bruxelas. A cada dois anos o piso da praça é coberto por milhares de begônias, cultivadas na Bélgica. A cada edição da festa um tapete com desenho diferente. O evento dura de 2 a 3 dias, antes das begônias começarem a murchar. Só para se ter uma ideia, o tapete de flores tem 75m de comprimento por 24m de largura!

O Tapete de Flores de Bruxelas é um evento que acontece a cada 2 anos, em agosto. (Fonte: askideas.com)

Tenho imagens da Grand Place tiradas no final de novembro, de dia, no final da tarde e à noite, tudo no mesmo dia em que a árvore de Natal foi inaugurada. Recomendo participar desse evento. A praça fica cheia, os restaurantes e bares lotados, com mesas na área externa. Foi uma experiência incrível!

Detalhe das fachadas da Grand Place. Ao fundo parte da Prefeitura. (Fonte: Mônica Sayão)
À noite a Grand Place ficou toda iluminada em tons de azul que variavam até tons de roxo e rosa. (Fonte: Mônica Sayão)
A prefeitura iluminada em tons de roxo. Muito lindo! (Mônica Sayão)
A Grand Place com a árvore de Natal no centro, mas ainda não iluminada. Não esperamos ser iluminada porque já estávamos
há mais de 1 hora sentados em restaurante ao ar livre. E estava fazendo 6ºC! (Fonte: Mônica Sayão)

A Grand Place é Patrimônio Mundial da Unesco desde 1998.

2 – Flanar no entorno da Grand Place:

Sete estreitas ruas “nascem” na Grand Place e seguem em diversas direções. Uma delas é a Rue Charles Buls, ao lado da Prefeitura, que depois muda de nome, e que concentra algumas das ótimas lojas de chocolates da cidade. Me pergunto como ainda não havia falado dos chocolates belgas? Porque sei que todos sabem que são maravilhosos. Há dezenas de lojas de chocolates pela cidade, às vezes uma ao lado da outra.

Há também muitas casas de waffles, e nessa rua está a minha favorita: a Maison Dandoy, tradicional na cidade, que também vende deliciosos biscoitos de produção própria. Bom lugar para um chocolate quente ou um chá acompanhando as delícias que oferecem.

O waffle belga é grosso, com massa levíssima que quase desmancha na boca.  (Fonte: Mônica Sayão)

Continuando na mesma rua, mesmo que a essa altura já com nome diferente, chega-se à esquina onde está o Manneken Pis, que tem fama inversamente proporcional ao seu pequeno tamanho. Mas é um real atrativo entre os turistas, e lá está ele fazendo seu pipi.

É uma pequena estátua de bronze, de 60cm de altura, e que está nessa esquina há mais de 400 anos. Aliás, desde 1960, a estátua original foi transferida para o Museu da Cidade de Bruxelas. Na famosa esquina está uma cópia.

O Menneken Pis representa, de certa forma, a liberdade de expressão e bom humor do povo belga.

Manneken Pis, o famoso menino fazendo pipi, e que atrai muitos turistas.

Outra curiosidade é o extenso acervo de roupinhas que a estátua ganhou, muitas vezes de presidentes estrangeiros em visita ao país. Na foto ele já estava vestido em trajes natalinos.

Manneken Pis, mesmo de perto, é muito pequeno. (Fonte: Mônica Sayão)

Ainda no entorno da Grand-Place, só que no sentido oposto, por trás da Casa do Rei, há um comércio bem sofisticado, além, é claro de muitas lojas de chocolates!

Não sou de ficar fazendo compras em viagem, mas recomendo a visita às Galeries Royales Saint Hubert, conjunto de três galerias cobertas, com teto abobadado de vidro, onde há um comércio bem bacana e tradicional, galerias de arte e lojas requintadas de alimentação. Tudo muito especial!

Na Galerie de la Reine está localizada, por exemplo, a minha loja de chocolates favorita. Posso dizer isso sem susto e sem dúvidas. Pierre Marcolini é o grande mestre chocolatier belga. Sublime! Há outros endereços de lojas suas em Bruxelas, e também em outras cidades europeias.

Galeries Royales Saint Hubert, um interior único. (Fonte: Mônica Sayão)
Ainda mais com decoração natalina. (Fonte: Mônica Sayão)

3 – Mont des Arts:

É um dos lugares imperdíveis de Bruxelas. Rodeado por dez dos melhores museus da cidade, fica numa colina entre a Grand Place e o Palácio Real. A dica é subir os degraus numa das extremidades do lindo jardim central e de lá desfrutar uma vista privilegiada do conjunto. Mesmo que o visitante não tenha tempo de visitar um dos museus e galerias, sugiro ir ao topo da colina para ver a vista, assim como dar uma volta pelo jardim.

Para quem tiver um tempinho extra, nessa região está o Museu Magritte, inaugurado em 2009. Vale conferir a obra do maior expoente do movimento surrealista belga. O museu ocupa a casa onde o pintor viveu entre 1930 e 1954.

É fácil chegar ao Mont des Arts caminhando a partir da Grand Place.

Mont des Arts: um refúgio de beleza e cultura em região bem central de Bruxelas. (Fonte: kolaboo.com)

4 – O bairro do Sablon:

Esse é o bairro mais gostoso para se hospedar. Bairro elegante, descolado, charmoso, e ainda próximo do centro histórico. É também a região dos antiquários. Com todos esses predicados, é um bairro com preços mais salgados, inclusive para morar ou mesmo se hospedar. É caro também porque fica logo atrás do Palácio Real e do Mont des Arts. Para tudo tem um preço!

A Place du Grand Sablon é o coração do bairro. Ela tem forma triangular alongada. Nos lados maiores do triângulo estão lojas chiques e restaurantes muito bons. No lado menor encontra-se a Igreja de Notre Dame du Sablon, igreja gótica do século XV, que ainda hoje é lugar de peregrinação.

Fachadas da Place du Grand Sablon (Fonte: Mônica Sayão)

Na própria Place du Grand Sablon acontece o Mercado de Antiquidades, aos sábados e domingos, a partir das 9h da manhã. Esse mercado é o primeiro do gênero na Europa e foi inaugurado em 1960. É ótimo, adorei conhecer.

Mercado de Antiquários na Place du Grand Sablon, com a igreja Notre Dame du Sablon ao fundo. (Fonte: Mônica Sayão)

Há também a Place du Petit Sablon, logo atrás da igreja na foto anterior. É uma área super charmosa, com jardins impecáveis e bancos para relaxar.

A Place du Petit Sablon está localizada do outo lado da igreja gótica de Notre Dame du Sablon. Esse pequeno parque é super agradável, com bancos no meio do jardim.
(Fonte: Mônica Sayão)
Recanto da Place du Petit Sablon. (Fonte: Mônica Sayão)

Ainda há mais para contar sobre Bruxelas. Quero mostrar um bairro pouco conhecido dos turistas e que é adorável. Fica para a próxima semana!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

    4 Comentários

    • LEILA MARIA PEREIRA VIEIRA 4 de dezembro de 2021

      Monica, concordo que a Grande Place seja bastante bela, mas a mais bela do mundo isto já é demais. A cerveja e o chocolate belgas são imperdíveis isto é a mais pura verdade. Sua descrição e fotos como sempre muito boas. Beijos

    • Mônica Sayão 5 de dezembro de 2021

      Leila querida

      Agora fiquei curiosa pra saber qual sua praça favorita na Europa!

      Obrigada pelo carinho de sempre.

      Beijão
      Mônica

    • Edwiges Chiapetta Azevedo 7 de dezembro de 2021

      Tudo muito lindo, Monica!Bjs

    • Mônica Sayão 12 de dezembro de 2021

      Edwiges querida,

      Bruxelas é muito charmosa. Vale uma visita com certeza!

      Beijão
      Mônica

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