25 de abril de 2024
Colunistas Lucia Sweet

Reflexões autobiográficas…

Lembrando que toda biografia é uma obra de ficção. Impossível levar a sério. Por que escrevo sobre mim ou sobre o que penso? Nem sei.

Só sei que escrever, para mim, é como respirar. Não preciso que ninguém me veja respirar nem que goste de mim porque respiro, assim como não preciso que ninguém me leia nem goste de mim porque escrevo.

Hoje celebra-se na Índia e no mundo inteiro Swami Vivekananda. 🙏🏻

Não consigo parar de pensar, e penso com palavras, ao contrário do que sinto. O sentimento é uma sensação sem prosódia. Já tentou parar de pensar?

Este é o objetivo da meditação: acalmar o coração. Mas, a cada respiração, novos pensamentos surgem. Se eu conseguisse parar de pensar, também conseguiria parar de respirar, continuaria a viver e entraria em samadhi, segundo os rishis, os sábios imemoriais da Índia e do Tibet. Para eles, o êxtase espiritual é o que todos nós deveríamos procurar.

Sri Ramakrishna (considerado a última reencarnação divina na Índia), guru de Swami Vivekanada, diz que o samadhi é um estado de prazer tão intenso que parece que cada célula do corpo está tendo um orgasmo ao mesmo tempo.

E é assim, em meio a um prazer mental inenarrável e ininterrupto que Deus começa a ser encontrado. É apenas o primeiro estádio, que vai se aprofundando até que você se estabelece na verdadeira e interminável felicidade, Deus.

Por isso, os ascetas que renunciam ao mundo e abandonam até as roupas, em muitos casos, para viver isolados em cavernas, buscando este êxtase espiritual, dizem que renunciantes somos nós.

E eu, acredito nisto? Não sei.

Pelo relato de homens sinceros de várias religiões ao longo dos séculos, deve ser verdade. Mas, o que mais se vê são falsos gurus extorquindo dinheiro dos incautos. O deus da nossa civilização é o dinheiro. Talvez por isso estejamos em franca decadência.

Dinheiro é uma ótima distração, mas não compra felicidade, só compra prazer. Só que um prazer efêmero.

Foto: Google Imagens – Finanças Femininas

Para comprovar o que eu digo, você sai e compra um sapato, o prazer que sente na hora da compra, passa. Aí você quer comprar outro sapato porque sente prazer no ato de adquirir, não no objeto em si do seu desejo: você quer mais, uma nova roupa, uma nova joia, um novo perfume.

Esse tipo de prazer não dura. O prazer efêmero é um combustível destrutivo que você joga na fogueira dos desejos e produz chamas flamejantes e mais nada.

Se não for realimentado o tempo todo, vira cinzas. Nesse caso, não tem Phoenix.

Lucia Sweet

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *