Boas maneiras não são apenas regras, costumes ou tradições.
Não se trata de saber como responder a um convite ou como apresentar uma pessoa para outra, ou como se comportar à mesa ou como acrescentar o leite na xícara, antes ou depois do chá (isso é etiqueta).
Existe algo invisível e indefinido, mas real, em uma pessoa bem educada. Uma pessoa bem educada é sempre uma pessoa agradável, calorosa e generosa.
Uma das melhores definições, por exemplo, do que seja um gentleman foi dada por Michael Arlen que escreveu: “Um gentleman é um homem que nunca é grosseiro involuntariamente”.
Aqui no Brasil, a vulgaridade impera e os humoristas fazem as pessoas rirem não com humor, mas com obscenidades e palavrões.
O dinheiro é tudo, aliado ao poder, mesmo que a riqueza seja roubada e o poder, uma fraude.
Os jovens fazem ou falam coisas ridículas ou ofensivas em sublime ignorância do que seja conviver de maneira respeitosa e harmoniosa.
É por isso que eu procuro me proteger. Os amigos não são terapeutas nem lata de lixo emocional. O tato é fundamental. Acho até que é um dom de nascença, como ter uma voz bonita, saber atuar ou escrever.
Todos conhecem a história do bombeiro que ao entrar no banheiro para consertar um vazamento se deparou com uma mulher dentro da banheira e disse, para não constrangê-la: “Perdão, senhor” antes de sair e fechar a porta.
Uma pessoa egoísta e indiferente nunca terá tato.
E, principalmente, boas maneiras têm tudo a ver com bom senso. As pessoas vulgares que me perdoem, mas boa educação é fundamental.
Jornalista, fotógrafa e tradutora.