Barbara “Babe” Cushing Mortimer Paley era uma socialite americana, uma style icon. Seu segundo marido, William S. Paley, fundou a CBS.
Truman Capote disse que o único defeito da Babe era ser perfeita. Se não fosse por isso, ela seria perfeita. Os dois brigaram por causa do livro “Answered prayers”, publicado inacabado e postumamente. Truman só mudou os nomes das pessoas mas todo o mundo sabia quem eram os personagens das histórias escabrosas que ele contou sobre os seus amigos super ricos.
Na verdade a história desse livro é uma longa história… Ele caiu na besteira de publicar três capítulos na Esquire, antecipando o que ele chamou de a sua procura pelo tempo perdido.
O publisher dele era contra a publicação antecipada dos capítulos na Esquire, mas Truman Capote não ouviu ninguém.
Ele conta, com nomes trocados, of course, como o marido da Babe, Bill Paley, cismou de ter um affair com a Happy Rockfeller, (casada com Nelson Rockfeller, na época governador de New York). Truman acabou com a Happy ao descrevê-la como uma mulher que vestia 40 (isso é o mesmo que chamá-la de enorme de gorda), usava sapatos baixos e se perfumava com lavanda.
Apesar do Bill Paley ser casado, segundo o Truman escreveu, com Babe, a mulher mais deslumbrante do mundo, Bill convidou a Happy para ver o quadro de Bonnard que tinha acabado de comprar (it’s still the same story) no seu pied-à-terre no Pierre, em NY.
Só que quando conseguiu o seu intento, ela estava menstruada, arghhh,, e deixou uma mancha de sangue nos lençóis “the size of Brazil” — sim, do tamanho do Brasil, escreveu o Truman. Assim que ela foi embora o poderoso Billy Paley foi lavar correndo a mancha, antes que a Babe chegasse, e colocou os lençóis para secar no forno!!!
Com esse livro Truman Capote cometeu um hara-kiri social. Quase todas as amigas deixaram de falar com ele para sempre, com exceção de umas poucas, como a princesa Lee Radzwill, irmã da Jackie Kennedy Onassis. Os escândalos, verdadeiros, sacudiram New York. E pouco depois a Babe morreria de câncer no pulmão.
Para quem não se lembra, além de “In Cold Blood”, ele escreveu “Breakfast at Tiffany’s”, que virou o filme com a Audrey Hepburn. (Este texto que escrevi é um exemplo típico da minha cultura inútil).
Jornalista, fotógrafa e tradutora.